sábado, 28 de julho de 2012

Song #6

Dois beijos na face, e um abraço meio sem jeito
Agora tá tudo bem, eu tenho aço no peito
Quantas noites eu passei em claro te procurando
E você nem aí, só brincando.

de Seu Cuca, "Brincando comigo".

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Caixinha de surpresas



Eu não me canso de você. Por mais que tenha decorado suas expressões e suas falas, você consegue me surpreender. E eu te odeio tanto, mas só as vezes, antes de te amar mais.

Temo os anos quando penso que nossas lembranças possam ser esquecidas. Temo acabar sendo apenas passado quando o presente for muito mais vivo e convitativo aos teus olhos.

Olhos, seus olhos, não me canso jamais desses olhos. Estreitando-se para me encarar irônico em perfeita combinação com um meio sorriso. Piscando devagar enquanto os dentes mordem os lábios ansiosamente. E com toda certeza, o mais conhecido rolar de olhos e sorriso entregue, só pra me contrariar.

Eu guardo cada pedacinho seu em uma caixinha de música lá em cima do armário mais alto, num cantinho escondido, bem atrás de coisas que nunca uso.

Eu corro, vivo, choro, grito, sorrio e danço. Danço e lembro da música que eu gosto mais. Então caio, tropeço e me canso. Levanto um pouco sem fôlego, pego um banquinho e procuro lá atrás do armário o que me alegraria. Cada vez demoro mais pra achar, escondo cada vez melhor. Mas sempre encontro. Abro a caixa, e deixo aquela melodia invandir meus ouvidos. Sorrio, as vezes choro, e inconsequentemente escrevo.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Machismo?




Existe uma tênue linha que separa a mulher bem resolvida da mulher fácil. Polemizei né? Mas vamos esclarecer:
Existe aquela que gosta de sair, se divertir, farrear e é bem madura a ponto de saber se valorizar e não sair por aí com qualquer cara por pura falta de opção ou com aquela velha história de que não conseguem ser felizes sozinhas.

Mas tem também aquela mulher que sai pra se mostrar a loucona. Geralmente são aquelas que terminaram um relacionamento magoadas e querem mostrar que estão por cima. Então elas saem com diferentes caras na mesma semana, e fazem questão de divulgar isso nas fotos e posts de rede sociais.
Me corrijam homens se eu estiver enganada, mas qual tipo vocês preferem?

Me dou ao direito de falar sobre isso pois não é de hoje que me chamam de machista! Mas eu tenho sim uma visão masculina de enxergar as coisas e muitos amigos que me confidenciam experiências e opiniões.
É OFICIAL: Os homens não gostam de mulheres que já passaram pela mão de vários. Não é questão de ser santinha, chatinha ou qualquer inha. É apenas uma questão de valorização. E não estou falando de mulher pra uma noite, porque isso eles não escolhem muito não! Estou falando de mulheres pra algo mais sério - namorar - como muitas querem!

De tempo em tempo eu vejo mulheres do tipo fácil reclamando que ninguém as valoriza e que por isso vão esfregar na cara dos homens que se eles não querem, tem quem queira. E novamente se jogam na ilusão de que algum desses homens que elas saem por aí vai valorizá-las, e não considerá-las uma qualquer na vida deles.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Pouco e tanto.



Pra ela, estar com ele era como sentir uma paz absurda. Como atravessar uma avenida com carros velozes passando apenas como borrões de luzes e sentir como se pudesse atravessar tudo isso em câmera lenta, com passos suaves embalados pela música que saia da boca dele toda vez que ele pronunciava qualquer palavra indecifrável.

Era como estar mergulhando num mar tão profundo e agitado por ondas de sentidos vacilantes e furiosos e ainda assim sentir como se estivesse flutuando no azul dos olhos dele em um fim de tarde preguiçoso em que o único movimento executado era da grandeza do piscar preguiçoso dos seus olhos.

Era como se milhares de musicas tocassem ao mesmo tempo, em milhares de ritmos e acordes desencontrados. Era como estar imerso à uma fusão de sons e cores e temperaturas por todos lados mas só conseguir enxergar seu sorriso perfeito acompanhado da tímida maneira com que ele molha os lábios com a língua antes de falar.

Era como ir a um parque de diversões e se embalar tão rápido numa daquelas xícaras gigantes a ponto de não conseguir mais lembrar nem o próprio nome, e mesmo assim sentir como se estivesse dançando no ritmo gracioso de um carrossel, admitindo secretamente que seu próprio nome não tem mera importancia quando comparado ao sentimento que lhe invade e muitas vezes transborda pelos olhos toda vez que o vê.

Estar com ele era como tentar domesticar um tornado sem nunca ser bem sucedida. Em um momento ele chegava devastador e desenfreado. No próximo, manso, gentil e carinhoso feito brisa. Era como um frenesi de sensações que se chocam em oposição. E apesar da loucura que sua presença lhe passa, seu semblante sempre a acalmará.

sábado, 21 de abril de 2012

It will rain


E você me lembra a chuva, simplesmente porque ela é assim, passageira. Ora garoa, ora tempestade. É dificilmente prevista com exatidão. E não importa quanto tempo demore, uma hora ou outra inevitavelmente volta. Quando chega a hora, sempre volta.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Quer saber? Já foi!

Ela só queria que dessa vez estivesse pronta pra não gostar dele pela primeira vez na vida! Logo ela que, mesmo negando e tentando parecer enfadada, gostou dele desde o primeiro segundo em que ele sorriu pra ela. Dessa vez deseja que não precise projetar seus sentimentos em outra pessoa pra superá-lo. Quer, por ela, deixar que ele vá.

Dessa vez vai ser pra valer porque ela cansou de tentar descobrir porque ele sempre volta atrás. Todo mundo sabe que ele enjoa das outras garotas, que ele enxerga defeitos nelas sem que realmente sejam relevantes, só pra fugir. Mas todo mundo também sabe que ele foge delas, e de novo foge pra elas. E no fim, quando enjoa daquelas todas, ele volta sempre pra ela, só pra dizer que cansou de tudo. De novo.

Ela decidiu que na próxima vez que for inevitável seu encontro, irá sorrir ao vê-lo. Mas não pense que vai ser por finalmente matar a saudade, não! Vai ser por ter finalmente matado dentro dela esse sentimento que só a perturba e a impede de seguir em frente. Dessa vez, ela não vai pedir que ele vá ou fique, caso pense que ainda há volta, pois dessa vez decidiu. Não quer que ele vá. Pelo contrário! Quer que ele fique, pois dessa vez, quem vai é ela!

sábado, 4 de fevereiro de 2012

NUNCA MAIS


Acho que a gente teme a morte por achar que nunca mais. Nunca mais sentirá o pisar dos pés na areia, nunca mais o cheiro da nuca de quem se gosta, nunca mais o alívio do pisar no chão ao descalçar o sapato. Nunca mais o medo de nunca mais.

Qualquer abraço dado numa esquina qualquer pode ser justo antes de nunca mais. Qualquer dança despreocupada ou um olhar pro indiozinho na esquina atrás da janela do carro pode ser a ultima coisa antes de nunca mais acordar.

Abrace apertado, gire bem rápido de braços abertos e chore sem disfarçar o soluço. Viva cada chegada e despedida, sem medidas. Faça uma loucura, sorria pra um desconhecido na rua e brinque de adoleta com sua avó. Sinta os segundos antes de se tornarem anos. Mas tenha em mente que nunca mais vale só por essa vida.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

É você.


Eu já não volto pra casa porque o caminho é você. Sou tão sua, que tudo que sou é você. Meu riso irônico, meu descaso mesclado com meu jeito torto, tudo é você. Eu não me aguento mais sendo você, e ainda assim sinto sua falta e ligo só pra ouvir a sua voz. Dessa vez só preciso saber como você está. Ou ouvir você dizer "alô" do outro lado da linha enquanto me torno tão covarde a ponto de desligar o telefone sorrindo boba.

Talvez agora você não queira mais saber, mas tenho estado sozinha. Tenho procurado e tentado tirar você de mim, aos poucos, pois sei que ninguém jamais vai tomar o seu lugar. Mesmo esquecendo aos poucos teu rosto, hoje, quando eu fecho os olhos ainda é você. Se me concedessem apenas um desejo, ainda assim, hoje, seria você. Sempre foi você. Quando eu olho as estrelas e imagino se você por acaso também não as estaria encarando. Quando me descrevem e me conhecem melhor que eu mesma, ou dizem uma mentira sincera, é você.

Se não fossem por esses pequenos acasos que ainda nos unem aqui e ali, nós já não seriamos mais nada apesar de tudo. Dia e noite, tic e tac e eu ainda te levo onde quer que eu vá. Apesar de tudo, caso você me pedisse pra ficar, eu largaria todos os sonhos que carrego pra segurar na tua mão. Se me pedisse pra ficar, eu ficaria. Com você.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Devaneios

Pega minha mão e me carrega pra longe, pra onde eu possa esquecer o vazio que ocupa meu coração por inteiro. Preenche essa vontade de receber um abraço apertado que não sufoque e não incomode, apenas conforte. Deixa eu fazer pirraça querendo confusão, querendo que tu não faça sempre tudo que quero. Não faz assim, de cara, todas minhas vontades sem que eu realmente as queira. Me nega. Só pra eu achar que preciso merecer. Me ensina como faz pra esquecer aquela velha historia de odiar apaixonadamente. Me lembra de como a vida pode ser leve. Mas não me deixe esquecer que há certas coisas na vida que não há como evitar, elas acontecem. Só me tira daqui, pode ser? Preenche 1/1000 do meu vazio que por hoje basta.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Preferido


Passa ano e entra ano e aquele imbecil continua sendo meu favorito. É como se o acaso vivesse me pregando peças, pois sempre acabo encontrando diversas imitações fracassadas dele por aí.

David tem aquele mesmo jeito enérgico que ele, mas não consegue prender minha atenção numa conversa. De cara percebi que Heitor tem o mesmo signo, só pelo olhar apaixonado que ele depositou em mim desde que eu passei a ser um desafio, e isso me fez correr por milhas, embora quisesse ficar. Me trazia demasiadas recordações.

Logo depois topei com o Adriano. Esse tem o ascendente dele, logo, aquele jeito insistente de não desistir até conseguir o que quer. Maldito clone daquele cabeça dura! No fim sempre acaba conseguindo o que quer. Mas faltava aquele jeito, só dele, de exagerar a dor pra ganhar um carinho extra que simplesmente me desarma.

Eu canso de ser a preferida da mãe dele, e ele ser o preferido da minha mãe, das minhas amigas, das mães das minhas amigas, das vós das minhas amigas e, pelo visto, das mães e amigas e vós do mundo todo.

Eu detesto encontrar o Pablo - finalmente alguém que tem uma personalidade absolutamente diferente da dele - e perceber que só notei ele, porque ele é tão parecido fisicamente com meu favorito, que dá até pra suspeitar que os dois tenham sido separados na maternidade.

Encontro e desencontro incontáveis pedaços dele perdidos por aí. Ninguém jamais sendo completo pra mim como ele é. Uns tem o jeito de abraçar, mas não o jeito de caminhar. Uns tem o sorriso perturbador, mas não o olhar irônico. Uns são pouco, outros quase nada. O pouco de cada um somados são ele, e embora ele não seja como todos, ainda prefiro ele.

DOIS MIL E DOZE

Como é de praxe repasso mentalmente o ano que passou a cada troca de ano. E sempre acabo jogando expectativas no ano que está começando. Infelizmente esse ano não será diferente. A única mudança que vou procurar pra essa virada, será esquecer, de uma vez por todas, as pendências que venho trazendo dos anos anteriores. Pretendo apagar as coisas não superadas que acabam atrasando meu progresso.

2011 me ensinou muita coisa. Amadureci em diversos aspectos e me fiz criança quando necessário. Tenho meus arrependimentos, mas orgulho dos scores que obtive. Aprendi a conviver com altos e baixos, e principalmente com a ideia de que nem tudo é como desejamos!

Não quero nada pra 2012 que possa vir a me desapontar. Todo mundo sabe que expectativas borram maquiagens, então nada anseio pra não ter que conviver com o desejo mais forte que a razão. 2011 trouxe o inesperado sim. Me ensinou a improvisar como eu jamais precisei na vida.

A partir de agora será assim: o que passou, passou. E que venha o fim do mundo!

domingo, 1 de janeiro de 2012

Song #5

Então seguirei
Meu coração até o fim
Prá saber se é amor
Magoarei mesmo assim
Mesmo sem querer
Prá saber se é amor
Eu estarei mais feliz
Mesmo morrendo de dor!
Prá saber se é amor
Se é amor.

de Jota Quest, "Amor maior".

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Tenha fé na vida!


Hoje tô aqui pra falar da vida. De nascer, de viver e morrer. Sim, pois a morte é vida também, é fim do ciclo, mas parte da vida. Todo mundo sabe que uma vida interrompida no meio causa inconformismo, causa revolta e muita muita dor. Às vezes nem perdemos a vida, perdemos apenas a fé. Fraquejamos diante de uma quase morte, mas o que seria a quase morte quando todos nós na verdade quase vivemos? Eu proponho encararmos a quase morte pra depois disso passarmos a viver. Completamente. Para que passado isso tenhamos fé, fé absoluta de que estamos aqui pra "viver tudo que há pra viver" como diria Lulu Santos.

Vida é planta que rompe o asfalto e cresce imponente diante da urbanização. Vida é o grito de alegria quando alcançamos o almejado. Vida é o nascer do sol na praia. Vida é o novo dia, vida é o recomeço. Vida é a garota que sonha se curar de uma doença grave porque tem sede de viver enquanto outras tiram a própria vida com amargura. Vida é a chance que a vida nos dá de tentar de novo. É a segunda, quinta ou trigésima chance! Vida é hoje, é agora. Vida estamos vivendo agora antes de irmos embora.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Love is battlefield!


Assim que ele sorriu e disse "gostaria de ter a mesma coragem que tenho bêbado quando estou sóbrio só pra poder vir até aqui falar contigo, sem que tu me ache um idiota qualquer" eu soube que talvez as pessoas só estejam com muito medo de se machucar.

Pensei também que é muito estúpido uma pessoa legal ter que criar coragem para atravessar um aglomerado de gente, ao invés de, simplesmente vir com naturalidade conhecer alguém. As pessoas estão tão fechadas que para ter acesso a elas é como ultrapassar um campo de batalha. E convenhamos, se alguém o atravessa pra chegar até você é porque acredita que vale o risco!

Eu disse a ele que não me importava com a quantidade de álcool que ele havia ingerido e me dei conta de que estava diante de um daqueles sujeitos bagunçados e sinceros com quem adoro conversar. Assim como eu, ele tinha a destreza de saber apontar o pior em si mesmo, deixando claro que era o tipo de cara que só liga pra quem o aceita com todos seus defeitos. Ele era tão desastrado e tão sem conserto que eu só conseguia pensar no quanto adoro um caso perdido.

Somente quando ele já estava indo embora com um ar lunático, dizendo que havia sido um tremendo prazer encontrar alguém nesse mundo que ainda tem sentimentos, que eu percebi a tremenda bagunça que eu havia feito ao fazer ele acreditar que eu era boa coisa, quando ele interpretou a maneira que eu exalo sinceridade, como verdade perpétua das coisas que disse sobre minha personalidade contraditória.

Mas então, no segundo seguinte, quando ele virou as costas, eu sorri pensando que pelo menos na próxima vez que ele for se aproximar de alguém, carregando a ilusão de encontrar outra pessoa tão aberta quanto eu, ele vai ter menos receio e mais chances de encontrar alguém menos perturbado do que nós dois somos, ou dizemos ser.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Para as Inhas


Demorei pra aceitar que certas pessoas simplesmente invejam. Pois é, diferente de se espelhar em algo melhor e tentar melhorar, tem gente que simplesmente não suporta ver o quanto somos melhores que elas e passam a tentar sabotar nossas vidas. Mas quer saber? Sou tempestade! Sou furacão, tornado, e você tentar fazer qualquer coisa pra me abalar é como a chuva mergulhar no mar, inútil.

Vai soar arrogante, porque é: eu sou muito mais legal que você Inha! Sim, sou mais divertida, mais inteligente, mais adulta e até mesmo mais bonita. Sim, essa é a mais pura verdade. E eu sei que você também sabe disso, por isso é tão insegura! E por isso chora, treme de medo e corre pro colinho de mamãe porque sabe que não tem como competir com alguém como eu.

Quer um conselho Inha? Aceita tuas limitações, e me esquece. Tu nunca vai conseguir ser como eu. Não se aprende a ser sarcástica, não se aprende a ser segura, não se aprende a ser o centro das atenções, e muito menos se aprende a ser insuportavelmente superior como eu. A gente nasce assim sabe? Então se conforma, pega tuas amigas, vai pra balada, dance, beba, farreie e pegue os caras que vocês curtem e mereçam. Mas faz isso por ti, não faz isso tentando mostrar o quanto você fracassa tentando me imitar.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Meu?


Desatino quando você para naqueles segundos que duram uma eternidade e me puxa pra perto, de um jeito que é só seu. Mal dá tempo, mas eu pondero se devemos novamente quebrar a barreira já não mais tão consolidada que separa nossa amizade do nosso desejo de estar mais perto. Então eu cedo. E já inalando tua essência, presa a ti, me sinto uma boba por sequer ter pensado em te rejeitar, em negar pra mim mesma que a forma que me sinto quando aferrada a ti me faz um bem danado. Faz eu me sentir em casa nesse mundo conturbado e feioso, onde reprimimos sentimentos e os vulgarizamos sem nem sequer sentirmos remorso.

Não vou dizer que é amor, porque amor me lembra sempre coração partido e um fim trágico que foi regado por falsas promessas. Prefiro dizer que sinto a nossa amizade de uma forma desmedida. Sem barreiras ou receios. Colorida, como gostam de chamar por aí, mas colorida somente com as cores mais belas e vibrantes, com as nuances que representam essa bonita troca de emoções que compartilhamos.

O que importa é que estar com você faz eu me sentir plena. Faz eu ter orgulho de ser como sou, pois sei que euzinha te conquistei dessa forma totalmente torta e incomum. Não dá pra rotular o que vivemos sem acabar desmerecendo isso. O que vivemos, temos ou somos é mais porque é de verdade. É mais porque não cabe em molde algum. É mais simplesmente porque não tentamos nunca ser quem não somos. Não dá pra definir o que é mutável e crescente sem impedir o avanço. Não te chamo hoje de meu amor, porque amor é dor, e meu, meu mesmo, talvez jamais admitiremos que você seja.

domingo, 27 de novembro de 2011

A vida é um verdadeiro perde e ganha!


De tão acostumada que eu estava em perder, não fazia ideia de como era ganhar. Esperneei pra admitir mas eu estava com seu coração nas mãos sem saber o que fazer com ele. Nas ultimas vezes que me apaixonei eu desejei com todo meu coração que desse certo, mas cada vez que chegava perto eu perdia. Com minha mania autodestrutiva de acabar com tudo antes mesmo que comece, antes que se torne vital. Dou sempre um jeito de estragar tudo, e botar tudo a perder.

A última vez eu quis tanto que desse certo que cheguei a acreditar que fosse realmente dar. Mas eu perdi de novo. Perdi jogando, perdi lutando, perdi sem ao menos tentar nos subornar, e doeu. Me abalei pra caramba, demorei pra superar a perda. Mas daí veio você querendo me consertar sem nem ao menos saber qual era o meu defeito. Quis me ganhar sem joguinhos. Quis me ganhar porque me queria de verdade! Mas de tão acostumada que eu estava em perder, eu simplesmente duvidava.

É normal perder certas coisas, mas caramba! É normal a gente achar também! E eu achei, eu ganhei. Pela primeira vez na vida por mais que eu tentasse cometer um erro você vinha e fazia a coisa certa por mim, sem nem se esforçar. E eu, as poucos, fui cansando de duvidar. Me convenci que eu podia ganhar sim, que eu merecia ganhar. Vez ou outra eu armo uma armadilha pra nós, só pra questionar tudo de novo, porque sou incrédula. Mas como sempre você não está disposto a nos perder.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A year without rain


Então aquela foi a nossa despedida. Se eu antes soubesse que aqueles seriam nossos últimos momentos juntos. Maldita despedida desavisada! Se ao menos eu soubesse que depois disso fossemos nos separar pra sempre, que depois disso você fosse me deixar pra trás. Certamente eu jamais teria entrado no seu carro naquela noite chuvosa.

Quem sabe eu não tivesse sido tão sincera quanto fui, mesmo você não acreditando em nenhuma palavra do que eu disse. Eu não me importei com o que estava dando certo ou errado, ou se o mundo estava desabando lá fora, eu estava ali 100% verdade como jamais estive antes.

E agora antecipando sua partida você disse que nossos sentimentos estavam atropelando o tempo, e o nosso tempo estava se esgotando. Deixando como certeza apenas o nunca mais.

Enquanto você usava a desculpa de que daria tudo errado no futuro eu só conseguia pensar no quanto o futuro é incerto e no quanto vale mais a pena viver intensamente o presente e deixar o futuro pra depois. Mas você insistiu em datar aquela noite chuvosa como nossa despedida.

Pra falar bem a verdade, mesmo se eu soubesse, eu teria sim entrado naquele carro. Só pra não carregar a culpa de não ter feito tudo que podia, tudo que tive vontade, até o fim. Talvez a única coisa que eu faria diferente seria permanecer mais tempo ponderando se eu iria te beijar mais uma vez - pela última vez - até perder o fôlego ou se iria logo encarar a chuva torrencial que caia lá fora e me obrigar a virar as costas pra você pra sempre. Ou simplesmente dizer que estava com medo de sair por aquela porta e nunca mais sentir, na minha vida inteira, do jeito que eu me sinto quando estou com você.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Como se ele soubesse


Eu gostei dele exatamente porque ele não me ligou, aliás, ele nem ao menos pediu meu número. Como se ele soubesse que me sinto sufocada com facilidade. Ele não esperava nada de mim e nem eu nada dele, e nenhum de nós esperava tudo que veio a seguir. Como se ele soubesse que eu prefiro o inesperado. Eu gostei dele porque ele é um mentiroso deslavado, e porque eu sempre sei quando ele mente. Ele jamais me iludiu ou fez promessas. Como se ele soubesse que eu detesto levar as coisas à sério demais. Eu só gosto dele porque ele jamais ultrapassa certos limites de envolvimento, exceto comigo. Exatamente como eu, exceto com ele. Como se ele soubesse que eu tenho problemas com intimidade. Eu gostei dele porque ele me ignorou por dias, pra só depois que eu estivesse deixando ele de lado, voltar com o sorriso mais lindo do mundo falando alguma coisa que tirou de mim, sem esforço algum, uma gargalhada verdadeira. Como se soubesse que eu fico doida quando não estão nem aí pra mim. Eu apenas gostei dele por sua insegurança e pelo prazer de deixar ele mais exposto, só pra poder rir por dentro, pois na verdade sempre o achei absurdamente lindo. Como se soubesse que mostrar sem querer uma fraqueza faria eu me sentir sua confidente. Só gostei dele porque ele tem essa mania de ser insuportavelmente carinhoso e manhoso quando quer quebrar essa barreira que construo ao meu redor pra não parecer tão vulnerável. Ele fez isso tantas vezes e sem nem ao menos se assustar com minha frieza como se soubesse que eu preciso ser absurdamente desejada pra então conseguir desejar. Eu gostei dele exatamente por me querer do jeito que eu sou, e ser do jeito que ele é. Como se soubesse que eu gosto que as coisas pareçam destino. Eu gostei dele por não se importar com as nossas idas e vindas. Como se soubesse que assim ele me teria presa a ele pra sempre.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

"tua pele, tua luz, tua juba..."


Ele era o típico garoto que achava que era o máximo. Chegava onde quer que fosse sempre com pose de galã e sorria com uma confiança avassaladora. Os quietos e misteriosos tem o seu valor, mas as vezes achar uma pessoa tão parecida comigo me desperta uma vontade louca de fazer esse leãozinho descer do trono entende? Convidá-lo pra um duelo de egos quem sabe. Só sei que esse é o pior tipo, eles acham que tem o mundo nas mãos. Ele não era diferente, achava que podia conquistar qualquer garota e ainda assim esnobar muitas outras. Mas não brinca comigo não leão, não se faz de bonzão inatingível pra mim senão eu vou ficar louca pra te ter me querendo.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Foi sempre amor

"Isso aqui não faz sentido nenhum."
"O que não faz sentido?"
"Isso. Nós dois... Tu nunca vai poder me dar o que eu preciso."
"O que tu precisa?"
"De alguém que me ame."
"Isso pode ser verdade. Eu nunca amei ninguém, nunca me apaixonei. Tu sabe disso."
"É, mas no fundo eu esperava que tu pudesse acabar me amando, sem querer sabe? Que um dia tu percebesse que a gente combina apesar de tudo. Que talvez um dia quando sentisse saudade minha tu fosse notar que pensa em mim mais do que nas outras. Mas sempre tem as outras."
"Ah, mas tu sabe que eu não sou de me amarrar."
"Pior que sei, por isso disse que isso não faz sentido, nunca fez e provavelmente nunca fará."
"..."
"O dia que alguma guria te conquistar de verdade eu vou ficar encucada sabia? Tentando saber o que ela tem... Sabe, de diferente de todas as outras, de especial. Algo que eu também não tenho."
"SE isso algum dia acontecer."
"Ninguém tá livre de se apaixonar. Até tu um dia vai cair nessa. Teu coração não pode ser de pedra."
"É, pode ser... Mas..."
"O que?"
"Nada, só pensei... Deixa."
"Nossa primeira conversa franca e tu vai omitir coisas que tu quer dizer?"
"Só ia dizer que eu penso mais em ti do que nas outras. E eu não enjoei de ti ainda - e a gente se conhece há bastante tempo-, não achei nenhum daqueles defeitos óbvios que, de cara, enxergo nas gurias que eu fico. E é por isso que somos amigos também, a gente se entende."
"Mas somos só amigos que se beijam."
"Eu gosto dos nossos beijos. E de tudo que a gente faz juntos. Quem sabe talvez a gente pudesse tentar sabe... Se apaixonar."
"Isso não é uma coisa que se tenta. Simplesmente acontece."
"É, eu sei, mas talvez eu não saiba direito como isso funciona. Talvez eu nunca tenha tido alguém que estivesse apaixonada por mim sabe? Se tu quiser tentar me amar um pouco, talvez eu possa te amar um pouco também."
"Eu já gosto tanto tanto de ti, mesmo sem tentar. Só que eu não consigo me deixar te amar inteiramente, não consigo me entregar pra esse sentimento sem saber que vai valer a pena."
"Isso é novo pra mim, essa coisa de amar. Mas eu tô disposto a arriscar se tu também estiver."
"Eu queria poder dizer que sim."
"Então diz! Me dá a chance de tentar te dar tudo que tu precisa. Eu sei que parece loucura mas as coisas não precisam fazer sentido sempre. Ninguém nunca entendeu o que acontece entre a gente, e mesmo assim sempre deu certo. Talvez esse tempo todo, as pessoas estivessem simplesmente esperando a gente dar esse próximo passo."
"..."
"Eu aposto que te convenço com um beijo. Vem cá."
"Por um beijo teu eu aceito até pedido de casamento."
"Então vem cá."

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

DANE-SE!


Dane-se mais uma vez o que pensam de mim, eu vou sair sim por aí sem nenhuma vergonha na cara e muita vontade de viver. Vou querer sentir o vento no rosto porque é assim que me sinto viva. Vou dar prioridade máxima na minha vida pros meus amigos porque sei que no fim são eles que vão estar comigo pro que der e vier.

Danem-se mais uma vez as promessas de melhora que fiz pro meu travesseiro, eu não vou amadurecer em 24 horas o que demanda de todo mundo alguns anos. Não vou me calar diante da contradição se gosto de tudo desmascarado. Vou atrás do que acredito ser o melhor pra mim, por mais que isso não seja. Vou acreditar em mim.

Danem-se as aparências. Vou descer do salto, vou perder a pose, vou gritar e cantar minha canção favorita. Vou me acabar na pista. Vou beber mais do que posso e falar verdades merecidas, vou mandar mensagens e fazer ligações pra quem eu não devia.

Dane-se mais uma vez a razão absurda que me sufoca. Eu quero não estar nem aí por não mensurar minha entrega e sentimentos. Não vou mais contrariar a mim mesma. Vou dizer sim pro novo, pra descoberta. Vou me fazer destemida e encarar meus medos.

Dane-se tudo porque no final, quem vai encarar meu reflexo no espelho e ponderar se tudo valeu a pena, sou eu. Quero me orgulhar de ter vivido uma vida inteiramente minha. Dane-se!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Mas não agora


Se é pra ser, que seja qualquer dia desses. Não precisa ser agora não, dá um tempo pra minha confusão se esvair um pouco tá? Se for pra ser mesmo, vem quando eu não estiver mais nos questionando, mas daí, vem pra ficar de verdade.

Perdoe minha indecisão, mas já te quis demais pra não te ter no momento seguinte. Espera pra querer quando eu conseguir te querer de novo. Pra valer. Não volta atrás se dessa vez não for me impedir de ir embora, se não for pra segurar minha mão na despedida.

Espera eu me cansar do mundo, achar tudo besta, desistir de te procurar em outros. Deixa que eu não suporte mais a saudade da sua presença. Deixa... Espera...

Vem quando eu puder conversar por horas sem me cansar da tua voz. Quando eu estiver novamente enfrentando a indecisão de saber se gosto mais de seus olhos ou de seu sorriso. Vem quando eu não conseguir mais estar do seu lado sem ter as mãos encostando em você.

Uma hora meu orgulho se entrega, eu teimosa me canso! Uma hora eu surto. Uma hora eu canso de negar que te quero agora já, que ninguém vai conseguir tomar seu lugar.

Se algum dia for ser real, vem quando eu não mais suportar ouvir essas besteiras que contam por aí e sei que você também acha besteira. Vem pra gente falar mal do mundo juntos, vem cheio de saudade, de vontade. Vem pra gente finalmente parar de negar que nossos destinos se cruzam a cada esquina. Vem! Mas ainda não.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Song #4

Eu só aceito a condição de ter você só pra mim
Eu sei, não é assim, mas deixa
Eu só aceito a condição de ter você só pra mim
Eu sei, não é assim, mas deixa eu fingir e rir

de Los Hermanos, "Sentimental".

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Ela

Eu a observei de longe, estava sentada e aparentemente dispersa. Estávamos numa festa agitada, com música alta e bastante movimentação. Ela ficou por lá durante vários minutos, não sei ao certo onde seus olhos estavam fixados, mas sei que os meus não saiam dela nem por um segundo sequer. De alguma forma ela me parecia familiar, talvez fosse alguma coisa em seus olhos. Me aproximei sorrateiro pensando numa maneira de abordá-la, porém não devo ter pensado o suficiente pois, de cara, ela me rejeitou. Tola. Mal sabia ela que estava se tornando a minha distração da noite, sou um cara movido à desafios.

Devo ter vacilado nos momentos em que ela sorria pra mim daquela forma tão meiga e relutante, contudo segui minha linha de raciocínio que, com sorte, conseguiria arrancar dela pelo menos mais alguns minutos de conversa. E eu consegui. Ela foi cedendo, e cada vez mais me encantando, me ganhando e me deslumbrando de uma forma que me fazia pensar que talvez eu jamais fosse conseguir qualquer coisa dela. Mantive o foco, apresentei um bom papo, descobrimos tudo que tínhamos em comum e antes mesmo que ela pudesse se dar conta já estávamos tão próximos que eu poderia até mesmo contar os cílios dos olhos dela apesar da pouca luz. Tento um beijo, ela se nega. Dois, e ela faz charminho. Três, e eu sabia que estava perto. Quatro, e olhares trocados cúmplices. Cinco, e nenhum espaço restou entre nossos lábios.

A beijei calmo, ok, talvez algumas vezes um pouco sedento, mas com certeza com gosto, e ela me correspondeu. Foi um beijo conquistado e merecido, certamente um beijo inesquecível. Não éramos nada além de meros desconhecidos um para o outro, porém no segundo seguinte, quando sorrimos de testas coladas, naquele instante eu soube que esse beijo seria apenas o começo!

domingo, 2 de outubro de 2011

yoü & I

E como eu previ você voltou e você provou - mais uma vez - que você nunca fica. Talvez eu sempre acredite que vai ser diferente na próxima vez por mais que eu prometa que não terá nenhuma outra próxima vez. O pior disso tudo é saber que somos tão... "Nós", de uma forma totalmente nossa, tão natural, simples e clara. Apenas somos, e naqueles momentos isso é tudo. Mas como diria a querida Tati Bernardi "Eu nunca vou entender porque você é exatamente o que eu quero, eu sou exatamente o que você quer, mas as nossas exatidões não funcionam numa conta de mais...".
Que fique claro que só te quis de novo pra remendar meu ego ferido que ficou dilacerado na última vez que você não ficou. E agora você mexeu com ele de novo, e enquanto eu for imatura ficaremos nesse ciclo vicioso. Me escabelo por saber que não aprendi a colocar ponto final, e que só sei fazer confusão, e que sinto uma enorme raiva sua que nem é sua, é nossa. Mas jogo toda essa culpa na minha imaturidade e mania de tempestade em copo d'água e tento me despreocupar. Me escabelo na desculpa de que tenho só 20 anos e só tenho toda vida pela frente e só tenho milhares de vontades pra saciar e no momento uma delas é matar essa maldita Tati que escreveu tudo aquilo que eu queria dizer de uma forma tão pontual que me deixa embasbacada pensando que talvez eu não seja a pessoa mais confusa do mundo, e ao mesmo tempo triste porque talvez a confusão que "nós" vivemos não seja tão especial assim.
"(...)Mas aí, daqui uns dias... Você vai me ligar. Querendo tomar aquele café de sempre, querendo me esconder como sempre, querendo me amar só enquanto você pode vulgarizar esse amor. Me querendo no escuro. E eu vou topar. Não porque seja uma idiota, não me dê valor ou não tenha nada melhor pra fazer. Apenas porque você me lembra o mistério da vida. Simplesmente porque é assim que a gente faz com a nossa própria existência: não entendemos nada, mas continuamos insistindo."

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Tarde de Sol

Só queria parar no tempo se fosse pra ficar presa pra sempre no teu abraço, naquela tarde ensolarada, vendo nossos lábios vacilarem entre beijos e sorrisos sem qualquer pressa. Estar presa novamente naquele silêncio apenas quebrado pelas palavras que nossos olhares, sempre misteriosos, trocavam deixando escapar significados diversos pra tamanho sentimento.

Então não me venha com nada que possa apagar o que tivemos de tão bonito, qualquer coisa que for menos do que vivemos naquela tarde não me serve. E não venha se fazer de desentendido que eu já decorei todas suas expressões e saídas.

Se sou louca é porque nessa altura já não dá mais pra ser lúcida. Se te encaro com demasiada intensidade é porque já me afoguei nos teus olhos tão profundamente que não sei mais se consigo retornar à superfície. Não se engane pensando que tenho algum controle sobre mim, não pense que eu gostaria de gostar de você dessa forma tão louca e sem explicação. Se te cerco é porque sei que posso te perder, que você pode fugir. Mas se vai fugir, foge comigo de volta praquela tarde ensolarada!

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Verão em agosto




Lembrou-me tanto o verão que nem pude sentir frio mesmo sendo a madrugada mais fria do ano. Era como se nada tivesse mudado, era como se tudo fosse como era antes, mas eu sabia que apesar de tudo, tínhamos agora um amontuado de acontecimentos que de alguma forma nos mostrava que não era mais verão, não era a época em que tínhamos chegado o mais próximo de nos dar uma chance. Mas era recente o suficiente pra eu saber que não superei o seu sorriso, muito menos o seu jeito manhoso e mimado que me faz querer correr até você e te dar todo colo, carinho e atenção que por mais que você quisesse eu nunca consegui te dar.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Song #3

Se eu voltar no tempo e sentir,
tudo aquilo o que vivi,
o hoje você fez ficar assim.
Já é tarde pra mudar,
o que passou deixa para lá.
O erro foi talvez eu me perder
no seu sorriso outra vez.

de Bruna Rocha, "Outra vez".

domingo, 5 de junho de 2011

Song #2

O meu desafio é andar sozinho
Esperar no tempo os nossos destinos
Não olhar pra trás, esperar a paz
O que me traz
A ausência do seu olhar

de Leandro Léo, "João de Barro".

sexta-feira, 3 de junho de 2011

VOCÊ

Eu sempre estive certa sobre mim mesma, sobre os outros, sobre todas as coisas e sobre você.
Mistério é o que enxergo nos seus olhos. Daqueles que precisam ser desvendados. Mas aquele que vai ser revelado aos poucos, depois de bastante trabalho e dedicação.
Uma interrogação é o que você é pra mim. Há brincadeira e frieza nas suas palavras, mas há calor e verdade nos seus gestos.
Inquieta é como eu fico quando estou com você. Você me desarma, e eu não sei jogar sem minhas armas. Então você vence. E parece que tudo isso foi calculado. Que meus atos foram previstos e que você sabe muito bem o que está fazendo. Afinal, alguém tem que saber, pois há muito tempo eu já não sei. Confesso que um dia eu pensei saber. Mas de alguma forma você não era tão simples quanto eu esperava, e lentamente você virou o jogo. Me surpreendendo a cada atitude.
Você poderia ter sido apenas mais um. Tão interessante no início, mas que depois de entrar no meu joguinho perderia a graça, seria mais um. E eu? Eu agora vejo que secretamente procurava alguém que conseguisse me vencer, me intrigar e dominar. Alguém que não seguisse as minhas regras. Que não corresse atrás de mim sempre que eu quisesse, e nem que se mostrasse de cara interessado. Alguém exatamente assim como você.
Com você foi tudo diferente. Início, meio e fim. Tivemos um fim? Eu nem ao menos sei. Estou confusa. Você me desorientou e eu estou perdida. Você me fez não estar certa de mim mesma. Você me fez não estar certa sobre muitas coisas. E porisso o adoro...
Sim, eu poderia simplesmente dizer que te adoro. Sim, eu te adoro por tantos motivos...
Você mudou o meu mundo. Virou tudo de ponta cabeça.
Você me fez questionar, me enlouqueceu e fugiu de todos os padrões.
Você não seguiu minhas regras, ditou as suas próprias e tocou sua própria música, enquanto eu dancei no ritmo dela.
Você fez eu me sentir insegura, despreparada e entregue.
Você me confundiu...
É, realmente te adoro por tudo de novo que você fez surgir em mim, por tudo que descobri e por tudo que você me fez sentir. Pensando nisso, acho até que mais do que adorar, eu amo você.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

(U)

Se, e quando eu finalmente seguir em frente, você voltar atrás, eu vou amaldiçoar você com todas palavras e xingamentos que eu for capaz de vociferar, mas no fundo estarei satisfeita pois isto além de acalmar meu coração, serviria de alimento para meu ego. Entretanto, no segundo seguinte eu iria chorar e espernear de todas maneiras estúpidas e imaturas que eu fosse capaz, pra só então admitir que quero você de volta tanto quanto quero o novo amor. Mas apenas no momento em que estivesse novamente em teus braços eu teria a certeza de que não quero nunca mais tentar te substituir, quero que, a partir de agora, sempre seja você.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

EU E O MUNDO




E se este giro incansável que embala nossa vida nada mais for do que esta rotação planetária ao redor do astro rei? E se desse mundo eu não for nada além de poeira das estrelas? Um grão de areia ou uma gota d'água? Esse mundão pulsa em sincronia com a dança da galáxia abasbacando os menores flagelos que nada parecem representar.

Me pergunto incansávelmente se faço parte desse mundo, ou se insignifico. Seria eu parte da pulsação de Gaia, pequena parte, mas ainda assim vital? Nada sou perante ao todo, mas sei que o todo não existiria sem a mim, sem a nós todos. O todo junto representa o mundo. As mãos dadas criam a corrente. Água, terra, fogo, ar e espírito. Elementos se fundem com almas. Vida somos nós, vida sou eu e o mundo.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Realista

Só precisava de uma oportunidade para desabafo. Chorar litros de lágrimas não faz passar a sensação de sufoco e falar só faz lembrar. Sei que prometi a mim mesma não pensar mais em nada disso. Prometi que iria apagar tudo de tudo. Bela contradição já que sempre digo que não prometo aquilo que não posso cumprir. Minha razão manda ligar o "foda-se" e ir ser feliz, mas nessas horas até a pessoa mais sensata do mundo precisa de um tempo pra curtir a melancolia.

Cada decisão que tomamos, cada escolha feita, acaba deixando alguma opção pra trás. Se optamos seguir pela direita, deixamos de seguir pela esquerda, ou de até mesmo ficar onde estávamos, estáticos. E eu fiz minha escolha. No começo não fui nem por um lado nem pelo outro, andei entre os dois caminhos, mas sem perceber me peguei tendendo a uma só direção, e isso me pareceu correto. De alguma forma fez sentido seguir apenas por aquele caminho, seguir com vontade, pela minha própria vontade.

Acordei agora, tentando voltar atrás, trocar de caminho, ou nem isso, voltar a caminhar entre os dois, sem me definir. Tarde demais. Uma vez que ouvimos o coração, ele acaba dominando e tomando conta. Cabe a nós dar voz à razão pra colocar as coisas em ordem novamente. Leva tempo eu sei, mas quero pra ontem. Não vou ser hipócrita e dizer que quero voltar tudo, pegar definitivamente outro caminho. Não, isso não é verdade, queria não ter que sair desse, pra ser bem sincera, mas é preciso. É o correto.

Que piada! A quem eu estou querendo enganar? Nunca fui de desistir assim de nada por medo. Vou ter medo de que agora? De me magoar? Convenhamos, não sou do tipo que cai e fica no chão ponderando sobre o que aprendeu, se faço isso faço de pé já, arquitetando a maneira mais precisa pra dar o próximo passo. De que adiantaria ter uma personalidade forte se não vou impor minhas ideias? Posso ser muitas coisas, mas nunca fui irrealista. Até porque fazer o que parece correto, nem sempre é o certo. Pelo menos não pra mim.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Conversa franca

Talvez eu seja mesmo precipitada e que a hora certa teria sido amanhã ou depois. Mas eu não podia mais esperar. Parti pro tudo ou nada e você me olhou como se eu estivesse louca. Certo, em algum ponto concordamos, eu estava mesmo louca. Louca pra saber o que viria a seguir, ou como você iria reagir. Louca pra me livrar da sensação de não ter me exposto por completo, louca pra deixar de ser insegura, louca pra arriscar.

Sei que posso ter pego você de surpresa, surpreendido com palavras tão sinceras. Eu que costumo ser sempre tão honesta, nunca havia sido o suficiente com você. Deixamos sempre nossa relação subentendida. Acreditei com veemência que toda vez que eu dissesse "não" você percebesse que eu no fundo queria mesmo era dizer que "sim". Uma tola, eu sei. Sei sim, sei tudo que faço, e sabia que havia chegado a hora pra mim, que essa incerteza estava me matando. Foi quando decidi que era o momento de me expor. Afinal, quem nada tem, nada tem a perder. Esperar a hora certa estava fora de cogitação, se fosse pra ser, que fosse logo, que fosse agora.

Ensaiei meu tom de voz mais calmo, escolhi as palavras mais diretas, olhei nos seus olhos com o olhar mais sincero que já fui capaz de direcionar à alguém e simplesmente falei. TUDO. Foram os minutos mais longos da minha vida aqueles em que você me ouvia falar, em silêncio, depositando em mim uma quantidade de atenção que chegava a me intimidar. Então você coçou a cabeça, visivelmente nervoso e disse que eu era louca. Rebati pedindo pra que me dissesse algo que eu já não soubesse, ou que nada dissesse. Mas você finalizou com um "preciso pensar" e eu com um sorriso aliviado. Sim, foi um alívio o que senti. Alívio pois poderia finalmente dormir em paz. Eu detesto viver de dúvidas, prefiro muito mais as certezas, por vezes doloridas, mas principalmente a certeza de ter feito tudo que podia. Não sei na verdade se obterei uma resposta, na verdade, eu não o fiz pergunta alguma, só quis que você soubesse.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Song #1

Vou pontuar
Nosso destino como um louco
Não deverá
Ser perfeito
E nem tão pouco
Me acorrentar
Me empedindo de fugir
Ainda que solto
Não conseguir sair

de Diego Vivas, "Acorrentados" perfeito na voz de Leandro Léo.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

CURSE



Tenho um dom, um problema ou uma benção, não sei dizer ao certo, interpretem como quiserem. Eu costumo dizer que odeio estar certa. Isso soa até arrogante da minha parte porque quem me conhece sabe que sempre teimo estar com a razão e defendo meu ponto de vista até a morte. Acontece que eu percebo as coisas um pouquinho antes que as outras pessoas, principalmente se é sobre alguém ter más intenções ou minha interpretação for de alguma forma negativa em relação à ela. Repito, detesto estar certa. Chego a ficar torcendo pra estar enganada, pois se eu estiver significa que as pessoas são melhores do que esperava delas, e assim por diante.

Além de perceber intenções suspeitas de alguns, tenho também essa "maldição" de sentir quando algo está para acontecer. Geralmente não sei o que será, nem se é bom ou ruim, mas sempre é algo significativo pra mim. Fico inquieta, respiro mil vezes, o ar não é suficiente nunca. Sinto um aperto, ando de um lado pro outro. Às vezes como muito, outras vezes nada. Por fim, algo realmente acontece, bom ou ruim.

Sou daquelas pessoas que gostam de dizer o que pensa, doendo a quem doer. Sou muito transparente. Estou aprendendo a não dar minha opinião e a ser falsa. A vida requer isso da gente. Quando algo me incomoda, bato pé, fecho a cara, é inevitável, talvez eu não seja tão boa atriz assim, pois quando sinto alguma coisa, é muito difícil conseguir esconder. Acho que porisso fico tão abalada quando algo está para acontecer, não vejo outra explicação pra esse pressentimento, as coisas me afetam de uma maneira quase cruel.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Recomeço

Escrevo oito míseros textos em um ano de doze meses e de repente sinto a necessidade de postar dois textos em um só dia. Pior que isso, escrever ambos em um só dia, talvez até em uma só hora. Brinquei inúmeras vezes com minha falta de inspiração. Pensava que inspiração era tolice pois eu só precisava de uma frase, ou de uma palavra que já saiam linhas e linhas reflexivas sobre o que quer que fosse. Mas isso foi antes, depois disso eu abria o bloco de notas, que é onde gosto de escrever, e ele ficava em branco, pois nada passava na minha cabeça. Vivo feito uma boba, sempre cheia de dúvidas. Graças a Deus, isso não poderia ser diferente, não pra mim que questiono desde a cor que escolhemos do canudinho até a existência do universo.

Esse talvez seja o texto mais pessoal que escrevi aqui. Odeio falar sobre mim mesma apesar de que deixo transparecer muito de mim na minha maneira impessoal de escrever e argumentar. Tenho mania de entrar no msn offline só pra observar as pessoas online. Fazia tempo que não fazia isso. Hoje eu fiz. Tá, vai ver é porque estou de férias e não tenho absolutamente NADA pra fazer. Mas de qualquer forma isso me fez parar pra pensar e acho que isso pode significar a volta dos meus momentos reflexivos, ou a bendita inspiração. Reflexão vem sempre quando tento desvendar algo que desconheço ou que me intriga. Fine, estou intrigada, e bastante. Rodeada de questões sem respostas. Não, não vou falar sobre elas aqui, admitir estar com um nó nos pensamentos pra mim já é um grande passo.

Faço deste post um recomeço, onde retomarei o costume de fazer meus desabafos impessoais, reflexões complexas, ou simplesmente pra vomitar minhas opiniões sobre coisas de muita ou pouca importância. Devo estar devendo algo à alguém por isso, não sei ao certo, mas agradecerei em breve se for o caso, ou se, no caso, eu desenrolar a questão relacionada a seja lá quem for que me intriga. Não descarto a possibilidade de loguinho me desinteressar pelo novo "mistério" e largar novamente a vida de pensante questionadora. Pra falar a verdade isso é bem comum pra mim, mas ao mesmo tempo penso que só de me dar ao trabalho de vir aqui citar dessa vez, já me faz acreditar que posso demorar um tempo indefinido nessa nova análise. E assim espero.

DOIS MIL E ONZE

De 2010 só levo o que me trouxe de bom, e cheia de certeza disso porque o que havia de ruim e de atrasado sendo levado comigo foi deixado pra trás. Me meti em situações complicadas, as mais complicadas da minha vida inteira arrisco em dizer, mas saí delas de cabeça erguida e com a razão que não me falta nem nos momentos de menor lucidez. Me sinto saltitando ao invés de caminhar, tudo está nos eixos de uma forma ou de outra.

Quando esperei 2010 pensei em recomeço pois entraria na faculdade e começaria a estagiar, certo isso aconteceu, e foi de uma forma deliciosa. Sei que no fundo o que me amedrontava era sem dúvidas perder contato com meus amigos, os amores da minha vida. Mas que bela tola eu fui ao pensar que os perderia de vista. Quem ama, quer por perto, e quando é recíproco um cede alí outro cá, e por fim a gente faz uma cadeira junto na faculdade, organiza encontros, churrascos ou baladas excessivas, e de forma alguma perde o contato. Esse ano serviu pra solidificar a certeza de que sempre os terei por perto.

O ano trouxe experiências novas, e pra mim novas reflexões pois de tudo que é novo faço uma análise. Sim sempre a minha mania de auto análise, julgamento pessoal e alheio, combinada com a vontade de resolver a vida de todo mundo me fez ir adiante nessa interminável busca de entendimento de personalidades. Conheci um novo grupo de pessoas até antes desconhecida: colegas de trabalho, e que espécie diferenciada num primeiro momento. Tentei fazer a tremenda bobagem de tentar descobrir como deve ser o tratamento de pessoas que trabalham comigo, uma piada eu sei, por fim os trouxe todos para perto pra também poder chamá-los de amigos.

Foi um ano bom, um ano diferente, mas até hoje, o que na reflexão de fim de ano, mais me deixou tranquilizada quanto a receber o próximo ano. Sinto 2011 totalmente planejado, e é exatamente isso, ter planos, que me dá confiança. Sei também que planos são só planos, que logo terei que tirar um plano B ou C da manga, porque tudo na vida é imprevisto, de repente nos deparamos com o novo e temos que nos adaptar. Quero isso também pra 2011. É o medo que instiga. Sempre falo de feeling, de ser uma freaking sensitiva e espero não estar errada pois sinto que 2011 vai ser O ano. Não me pergunte o porquê pois não tenho uma justificativa, apenas sinto. E desejo paz e amor pro mundo.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Pouco a pouco tua.

Sorriu ao ver seu objetivo alcançado. Sim, ele havia sido sutil em todos movimentos até então. A maioria das garotas já estaria de saco cheio de um sujeito como ele, mas ele sabia, e sabia com convicção, que seu jogo a atrairia.

Começou devagar deixando-a determinar um ritmo. Nem lento nem depressa, um ritmo dela. Não se intrometeu na sua vida pessoal, apenas mostrou interesse por seus gostos, por sua essencia. Entendeu a maioria deles e identificou-se com tantos outros.

Não quis dar bandeira. Sua estratégia era exatamente essa: fazer ela acreditar que na verdade tudo aquilo era apenas uma boa amizade crescendo pouco a pouco. E ela acreditou. Ou tentava frequentemente se convencer disso. Bom, o importante é que isso a intrigou. Ponto pra ele.

Tinham tanto em comum. Ambos com um senso de humor refinado, interesses em comum, ideias, gostos, e como pensava ela: ambos estavam pouco a pouco se encantando um com o outro.

Se a perguntassem se estava sentindo algo por ele imediatamente ela perguntava a si mesma e achava que não. Tudo indicava que aquilo era superficial, apenas tinham incontáveis coisas em comum e se davam bem. Nada avassalador. "Não" ela respondia por fim.

Não, não e não. Era um garoto qualquer, apenas um garoto qualquer. Ela não podia estar realmente gostando dele, não, não agora. Pronto, agora ela estava confusa e ele? Ele já havia partido pra outra.

sábado, 12 de junho de 2010

SOLUÇÕES PRA MENINAS PARA O DIA DOS NAMORADOS



Dias dos namorados e você está namorando:

Maravilha, sua maior preocupação é saber com o que presentear seu amado, e esperar secretamente que ele prepare algo tão especial pra você também. Programar o final de semana, tudo com aquele toque romântico. Pode viajar pra serra desgustar um bom vinho em frente a uma lareira nesse friozinho. Ou simplesmente ver um filme abraçadinho em baixo dos cobertores pode ser mega especial.

Dias dos namorados e você está solteira:

Beleza, você é bem resolvida, saiu de um relacionamento que não era legal, ele não era aquilo que você esperava. Vale o ditado "antes só do que mal acompanhado". Ou então você nunca namorou, não vê problema nenhum nisso, nem pressa ou necessidade. Adora uma balada e sair pra farrear com as amigas. Pegar quem quiser, se quiser. Passará a noite numa festa badalada, perfeito.

Dia dos namorados e você está à procura:

TENSO

Será impossível você se divertir numa balada de solteiros sendo que você, na verdade, gostaria de estar num jantar romântico trocando juras de amor eterno com sabe-se Deus lá quem. Ficar em casa? Só se prometer que não vai ficar tentando se distrair vendo TV quando até mesmo os filmes do canal de terror mostram o mocinho e a mocinha lindos e felizes para sempre juntos no final. A solução que tenho pra você amiga? Durma 24 horas. Rivotril 2 mg é batata! Sério, de todas ideias que eu poderia bolar na minha cabeça pensante, essa de longe é a mais indolor e eficaz. Durma que você esquece! Nada melhor que sumir, e pra sumir nada melhor que dormir. O que não vale, é em hipotese alguma é assistir aquele filme deprê, se empanturrar de negrinho de panela se sentindo a pior das fracassadas. FICA DICA! ;) E um feliz dias dos namorados pra todos!

segunda-feira, 8 de março de 2010

Playing God



Às vezes esqueço que todos temos limitações, que principalmente eu tenho limitações. Esqueço que ninguém é perfeito e que nem tudo ocorre do jeito que eu gostaria. Esqueço que não tenho controle sobre o mundo e que nem tudo está sob meu alcance. Limito-me a sonhar.

Sei de verdades, de escolhas e caminhos seguidos feitos de maneira errônea. Melhor que isso, coisas que poderiam ser modificadas. Queria poder abraçar o mundo, ter a solução pra todos os males. Ninguém mais ouviria falar em pobreza, maldade, guerras ou corações partidos. Queria enxugar todas as lágrimas desse mundo que chora.

Apesar de soar idealista e clichê, continuo levando comigo esse sonho de ser Deus. Espio através do muro do vizinho e ao observar constato que possuo a solução pra seus problemas. Pobre de mim criança abestalhada, achando que com a curta experiência de 18 anos teria capacidade de sanar angustias e horrores de um passado ocorrido antes mesmo de eu nascer. Na verdade, pobre não sou eu não. Pobre é ele, pobre de espírito que se fechou em um casulo e se mantém lá por toda sua existência, alega ter muitos problemas e que com eles não pode ser feliz. Mal sabe ele que quando nos libertamos desse casulo nos tornamos borboletas que voam alto e alcançam a felicidade. Bom, mas quem sou eu pra convencê-lo do contrário?

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Mais ou menos

Era só mais uma garota assim... Mais ou menos. Nunca chamou muita atenção. Cabelos e olhos castanhos, estatura média e peso normal. Mais ou menos bela, no meio da multidão era totalmente esquecida, passava despercebida.

Tinha também uma ambição mais ou menos. Estudou toda vida no colégio perto de sua casa e na faculdade cursou administração pra seguir os negócios da família.

Suas amizades eram mais ou menos. A cada ano fazia dupla com uma garota qualquer que de cara percebesse que tinha mais ou menos uma afinidade e juntas faziam algumas tarefas escolares.

Até mesmo seu amor era mais ou menos. Namorava seu amigo de infância porque desde pequenos alimentavam esse afeto um pelo outro. Gostava mais ou menos dele.

O que demorou pra ela entender é que a vida não é feita pra ser mais ou menos vivida. Pra sermos apenas mais um na multidão, temos que ser vistos e comentados, elogiados e até mesmo idolatrados.

Temos que ter um sonho a seguir, um projeto de vida. Procurar crescer em todos sentidos. Traçar um caminho de nossa única e exclusiva vontade, indo atrás de um sonho que não foi sonhado por nossos pais, e sim por nós mesmos.

Fazer amizades pra toda a vida. Amigos pra conhecerem nossos extremos, e pra estarem com nós não apenas como colegas que estudam juntos, mas que crescem, confidenciam experiências e compartilham medos. E vivam, ao nosso lado, pra valer.

O amor não é pra ser regado apenas de afeto. É preciso paixão. Frio na barriga e falta de ar. É preciso ir atrás do que te desperte fortes sentimentos e te faça perder os sentidos.

Sem perceber, aquela garota corria o risco de ser mais ou menos feliz. Vivendo apenas coisas mais ou menos ela corria o risco de viver pra sempre uma vidinha mais ou menos. E sinceramente, assim não vale a pena viver.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Observação

Passei uma noite na observação. Era eu quem estava sendo observada, por razões de saúde. Então passei a noite naquela maca, espetada por aquela agulha recebendo aquele soro com minha medicação. Sim os 40ºC de febre uma hora teriam que ceder.

Mas afinal, o que mais foi observado naquela madrugada? Observei todos que chegavam lá, cada qual com suas razões, alguns enfermos do físico, outros da alma.

Nessa mesma noite, descobri que desconhecidos que moram sozinhos podem levar uma pancada na cabeça na porta de casa e acordar apenas 40 minutos depois na casa do vizinho. E mais, ainda tontos e sozinhos se internam usando o crachá do trabalho no lugar da carteirinha e quando acordam e estão de alta, não querem ir embora.

Descobri que mães se aventuram a pé, no meio da noite, desacompanhadas pela rua, pra uma consulta quando se sentem mal. Tudo pra não precisar acordar os filhos.

Descobri que velhinhas de 90 anos, que chegam lá com uma simples diarréia, tem medo de dormir a noite, não fecham os olhos um segundo sequer, esperam o dia pra fazer isso. Teria ela medo de morrer?

Descobri também, que garotas de 21 anos se revoltam com ex-namorados e com o arroz com galinha que a mãe está cozinhando e tentam suicido tomando uma dúzia de remédios faixa preta.

O mundo está enfermo. O homem solitário prefere, mesmo tendo recebido alta, dormir numa maca. Por mais que em casa uma cama confortável o estivesse esperando, era apenas isso, um objeto inanimado, não teria ninguém ansioso a sua espera.

A mãe super-protegendo os filhos se arrisca pela noite, ignorando os perigos e se expondo aos piores riscos. Arriscando-se principalmente a nunca mais voltar a ver os filhos.

A senhora, inquieta, deveria ser ali a que menos temesse a morte, ora, ela já viveu toda sua vida, viveu tudo que podia viver. Mas a verdade é que todos querem uma oportunidade a mais, um dia que seja, de poder fazer aquilo que até agora se propôs a fazer e não fez. Ou talvez ela apenas enxergue a beleza dessa vida e o quão bom é viver.

Mas há também a jovem, que com toda vida pela frente, família, emprego e juventude, mesmo assim, se sinta incompleta, sozinha, e esteja precisando de atenção.

Definitivamente o mundo está enfermo, mas principalmente, enfermo da alma.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Reavaliação

Passando por cima daquelas antigas ideias. Achei tão velhas as minhas antigas percepções que chegam a ser ultrapassadas. Não é porque tenho minhas opiniões formadas que as torno imutáveis. O tempo pede mudanças. É preciso reavaliar conceitos. Fazer novos planos.

Tenho em mente planos em andamento, deixo alguns inacabados de propósito, talvez porque assim posso retomá-los sempre que sentir falta, e outros porque simplesmtente não consigo obter êxito e finalmente finalizar. Como é claro, tenho a felicidade de terminar alguns.

Meus planos são ideias, são opiniões, são as reflexões que tenho a respeito do que me cerca. Planos pra solucionar as questões, entender ações e decifrar gestos.

No momento, parece que do nada uma súbita luz surgiu em cima da minha mente e me fez enxergar com mais clareza. Devo ter soprado as fumaças de confusão que pairavam em cima dela. O cinza que lá se instalou, muito custará para se extinguir totalmente, mas essa fresta que se abriu, me fez crédula o suficiente pra voltar ao trabalho, colocar a cabeça pra funcionar e ir atrás de respostas, pra novamente, colocar as ideias dentro da minha cabeça de maneira ordenada. Deixá-las imutáveis - por pelo menos até a próxima reavaliação.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Durma bem, quem puder.

Se já não bastasse a invasão feita durante os sonhos que tenho enquanto acordada, você me alcançou enquanto eu dormia, nos sonhos que temos inconscientemente. É pesadelo que chamamos um sonho ruim certo? E os sonhos que nos incomodam e nos fazem acordar atordoadas com um aperto no peito? Tomo a liberdade de classificá-los como pesadelos também.

O pior disso tudo é não ter controle algum sobre esses sonhos ruins. Sonhar acordado é pura falta de vergonha na cara. Totalmente controlável. Agora sonhar durante a noite, ser pego de surpresa enquanto estamos descansando é total golpe baixo. É jogo sujo, apelação.

Pra esse tipo de invasão eu tenho um nome: Carma. É nisso que aquele sonho me fez pensar. Em algo que não consigo me livrar, nem quando não estou pensando ou enquanto não estou vendo, sentindo. Mas se for preciso correr pra me ver livre disso, eu vou correr, me esconder. E se depois de tudo nem sessões de descarrego ou hipnose forem eficazes, não me acanho em apelar pra iemanjá ou magia negra. Uma coisa é se permitir ter o consciente atormentado, outra é brincar com minhas noites de sono.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

DOIS MIL E DEZ



Adeus ano velho, feliz ano novo! lará-lará-lá-lá!
Eito coisa boa mais uma fase pra trás. Mais um ciclo finalizado. E o melhor estou carregando dele as melhores lembranças. Meus 4 anos de Liberato foram incríveis. Nossa, legal seria poder comparar a Ariadne do 1º ano, a bixete com apenas 14 anos que entrou lá, bem pouco assustada e empolgada confesso, mas totalmente certa de que seria um novo começo. Agora a Ariadne pós 4º ano, pós Liberato, com 18 anos sorri satisfeita vendo como isso tudo acabou, e da maneira que as lembranças vão ficar guardadas. Todas muito especiais.

Até agora minha vida parecia se resumir a Química e a escola, e as amizades, e as festas, e os desafios, e as viagens, e as experiências, e etc. E com grande alívio, eu que não sou uma pessoa muito afeita a mudanças radicais, percebo que pouca coisa mudará, ou tento me convencer disso. O Curso Técnico passa a ser uma Engenharia Química, a escola vira faculdade, começo a estagiar e ganhar um dimdim. Viu só? Nada que possa assustar a Ariadne de 18 anos.

E cá estou eu novamente bem pouco empolgada e bem pouco assustada começando uma nova fase. Fase esta que se inicia em 2010 e timidamente torço pra que não se finalize em 2012 (haha), mas também que espero que seja tão boa quanto essa fase que finalizei em 2009. São mudanças e mais mudanças, chocantes ou não, a única coisa que desejo verdadeiramente é que meus preciosos tesouros que me acompanharam e que compartilharam comigo as alegrias e tristezas até agora permaneçam comigo. Sei que pelo caminho encontrarei mais preciosidades, mas também sei que aquelas que eu selecionei para estarem na minha coleção de preferidas, não precisam ser necessariamente as mais brilhosas, mas aquelas eu guardarei à sete chaves, se não for possível levá-las sempre comigo, espero poder vê-las vez ou outra, senão, as levarei pra sempre em forma de boas memórias que ao pensar trarão um sorriso aos meus lábios e lágrimas aos olhos. Só tenho a agradecer por 2009 ter sido iluminado e abençoado. E em 2010 eu só quero mais.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

you & me

That's me moving on.
That's you messing everything up.
That's me running away.
That's you coming back.
That's me too afraid for a 2nd chance.
That's you with that cold stare.
That's me melting inside.
That's you disappearing.
That's me hating you.
That's you living your life.
That's me thinking of you.
That's you and your own plans.
That's me and my broken heart.
That's you walking on it.
That's me denying the truth.
That's you in my head, all the time.

domingo, 13 de dezembro de 2009

ABOUT ME

Sou tão sincera que isso me prejudica. Não tenho medo de escuro, de aranha, barata ou nota vermelha, mas entro em pânico quando uma lagartixa se aproxima.

Sou uma guria de 18 anos com pensamentos de uma senhora de 80 e idéias de uma criança de 8. Me arrisco em me definir apesar de saber que isso me limitaria. Mas me defino e sim me limito pois tenho uma personalidade formada, bem como opiniões.

Sou inconstante quando despreocupada. Me emociona propagandas de margarina e me decepciona propagandas pessoais que as pessoas costumam fazer sobre si.

Sou aquela tímida que senta na primeira classe no 1º dia de aula, mas também aquela popular que lidera a baderna do fundão nos últimos dias. Não me contradigo em palavras, apenas em personalidade. Estranho até pode parecer, mas não gosto de moranguinho com leite condensado e também não bebo refrigerante.

Sou a perua cuja maquiagem e sapatos em dia de festa se assemelham a de drag queens e que o cabelo comprido e descolorido, às vezes é esquecido preso em um rabo de cavalo qualquer em companhia de um par de tênis all star surrado.

Sou a vontade insaciável de comer chocolate. A compulsiva por histórias diversas e a pessoa mais curiosa que você talvez possa vir a conhecer.

Sou furiosa quando provocada e teimo ter sempre a razão. Não temo a apatia, mas temo a mentira que as vezes sorri falsamente. Quando chove quero sol, quando tem sol me queimo, quero frio, quero calor, quero praia, quero viajar pra longe, quero voltar pra minha cama, meu chuveiro.

Sou das artes, estudo as exatas, amo ambas. Nego envolvimento emocional, enjôo das pessoas por isso as afasto. Quero cara, dá coroa. Tenho sorte e também juízo. Se não percebo, é porque sou desligada.

Sou palhaça, me completo provocando risadas, mas também falo sério quando julgo necessário. Sou boa e isso é visível, e sou má, por isso logo aviso.

Sou de touro ascendente leão. Aquela tímida que quer ser o centro das atenções. Adoro chorar de tanto rir, passar horas sem dormir, ou do computador não sair.

Sou sedentária mas disso não me orgulho. Impossível cogitar minha presença como companhia em caminhadas ou horários de academia, apenas se quiser me levar até uma sorveteria.

Sou a da memória fraca praticamente nula. Se lembrei foi importante, se esqueci foi também. Aprendi a fazer strogonoff e dançar a dança do créu. Se me perguntar pra onde vou, te direi que alcançarei o céu.

sábado, 28 de novembro de 2009

Indecifrável



Quantas vezes quis decifrar o indecifrável só pra poder enxergar com clareza. Ou então entender as voltas que a vida dá. Já quis te prender comigo, te dar a chance de ser mais que um amigo, tudo isso pra te decifrar.

Quis bater pra ouvir grito, ferir pra ver sangrar. Queria fazer sofrer, só pra ver chorar. E quando chorando estivesse, talvez se a lucidez a partir daí me guiasse, eu teria fé em você, sem que você precisasse implorar para que eu voltasse.

Já que sem força pra bater eu me contenho, sem coragem pra falar me calo. Sem a mínima audácia me amparo na segurança de meus pensamentos, fazendo uso da beleza das palavras em textos. E enquanto aos poucos seu mistério vou esquecendo, você vem se preparando, pra mais uma vez a mim aparecer indecifrável, medroso e calado, alimentando minhas esperanças de que um dia, quando você nem ao menos esperar, eu possa até seu interior chegar, só pra te decifrar.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Constelação

Cada um tem um lugar a qual pertence, rodeado daquilo que lhe atrai, que lhe fascina. Há quem escolha viver pelos céus, ao lado das estrelas. Mas há quem não consiga conviver com uma intensidade tão grande de brilho. Se ofuscam e se perdem.

Você perdeu a noção, perdeu a consciência e também a razão por dentre toda a constelação. Desculpe se você acabou se distraindo e escorregado tão forte. Ou se você apenas confundiu-se. Me desculpe, é tudo minha culpa. Apenas pensei que você soubesse. Vejo que me enganei.

Mas vejo que ainda não é tarde, talvez nunca será tarde demais, só queria que você também fosse ciente disto. Por isso te digo hoje, talvez um pouco tarde, tarde para você. E confesso que não esperei causar isso.

Desculpe por todos devaneios, pensamentos e reflexões vazias. Você esperou mais do que deveria. Você perdeu-se onde não havia saída, porém se você ir agora, nesse momento, talvez você encontre o caminho pra casa. É só seguir as estrelas menos brilhantes, aquelas que brilham com menor intensidade. Pois o caminho daquelas grandes e solitárias, aquelas de brilho questionador e entorpecente, o caminho delas te trará de volta pra mim.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Carlinhos

Todo mundo conhece aquele menino, o serelepe Carlos Enrique, ou então só Carlinhos. Aquele que tem um sorriso zombeteiro, mas que não deixa de ser uma criança encantadora. Quem o vê, desdentado e seguidamente sujo de barro, não diz que ele é o melhor da classe, tão pouco que reza todas as noites pro papai do céu curar sua vózinha.

É, o Carlinhos além de ser aquele fedelho que passa o dia jogando bola na rua, se atirando em esconderijos enquanto brinca de esconde-esconde, também é aquele menino que volta pra casa pra tomar banho na hora certa e fazer o dever de casa.

O menino até pode ir pra cama sem escovar os dentes vez ou outra, mas ele tem apenas 9 anos, é comum entre os meninos dessa idade. Não que ele seja um menino comum, o Carlinhos é diferente, ele tem um brilho no olhar que só de te observar já passa uma alegria. Sua gargalhada é tão gostosa aos ouvidos, que dá vontade de enxê-lo de cócegas sempre que possível só pra ouvi-la.

O Carlinhos pode até ter quebrado o vidro da janela da Jurema enquanto jogava bola, passado de bicicleta em cima do rabo do gato da dona Rosa ou até mesmo derrubado o seu Antônio enquanto este voltava do centro com as compras do mercado. Ele vai continuar sendo aquele menino de alma tarantada que todos conhecemos e lembraremos com saudade como sendo o menino que tinha a mais bonita alegria de viver.