sábado, 28 de fevereiro de 2009

Apenas sobre voar

Voei alto. Caí com força, de cara no chão. Em meio à uma confusão, acordei. Sacudi a poeira, mas não dei a volta por cima. Tentei voar novamente, mas as minhas asas não puderam suportar o peso que eu carregava. Quis me livrar daquilo tudo, deixar pra trás. Não consegui. Desisti de voar. Fiquei observando de baixo, vivendo com os pés no chão, carregando aquela bagagem. E não é que me pareceu interessante?

Tudo pareceu ter um ponto de vista diferente, e tinha! Descobri um novo horizonte pra mim, talvez fosse o caminho certo a seguir. Acontece que no fundo, eu lembrava das vezes em que o vento bateu no meu rosto e eu sobrevoei o mar e a sensação de estar pelos ares tomava conta de mim outra vez. Surgia então uma enorme vontade de voar novamente, voar até mais alto, mais rapidamente, inconsequentemente, intorpecentemente. Todos ao meu redor estavam voando, planando por esses céus. E eu presa a superfície, talvez até esquecida. Sozinha.

Posso até estar vivendo com os pés presos ao chão. Eu sei que estarei bem deste modo. Mas também sei que a qualquer momento, bem, não será suficiente, eu posso querer extraordinário, e isso eu só encontrarei lá, no melhor lugar em que já estive, ao lado da imensidão da Lua e do brilho das estrelas.