domingo, 21 de abril de 2013

Calor


No dia que eu conclui que não consigo te contagiar com a minha frieza, acabei te admirando mais. Você se isola do feio do mundo mas sofre pois teus sonhos sempre se ambientam na triste realidade das 7 bilhões de pessoas que não se encaixam. Mas a gente se encaixa.

Uma bomba explode do outro lado do mundo, tão longe que eu nem escuto, tão pouco sinto o chão tremer. Mas daí eu te vejo e tudo explode e treme enquanto o chão some. E eu consigo ouvir teu coração bater tão lindo, tão sincero. Bem alto.

As crianças machucadas, os velhinhos aterrorizados e você sangra. Eu não consigo sentir nada, e nem por isso sinto culpa ou pena. O mundo está chorando e eu estou indiferente, egoísta, colocando seu coração nessa caixa blindada pois não quero que você se magoe. Você tem esse sorriso lindo, e não dá pra ver ele se o mundo te perturba.

Você me segura nos seus braços e eu te liberto pois enquanto você me segura, você solta o mundo. A gente escapa do mundo pra conseguir ser feliz. A felicidade é tão linda, cheia de dentes e olhos bonitos. Abraços e cobertas quentes, sofá confortável e sobremesa. Felicidade nada tem a ver com frieza contagiada, e sim com calor compartilhado.