segunda-feira, 8 de março de 2010

Playing God



Às vezes esqueço que todos temos limitações, que principalmente eu tenho limitações. Esqueço que ninguém é perfeito e que nem tudo ocorre do jeito que eu gostaria. Esqueço que não tenho controle sobre o mundo e que nem tudo está sob meu alcance. Limito-me a sonhar.

Sei de verdades, de escolhas e caminhos seguidos feitos de maneira errônea. Melhor que isso, coisas que poderiam ser modificadas. Queria poder abraçar o mundo, ter a solução pra todos os males. Ninguém mais ouviria falar em pobreza, maldade, guerras ou corações partidos. Queria enxugar todas as lágrimas desse mundo que chora.

Apesar de soar idealista e clichê, continuo levando comigo esse sonho de ser Deus. Espio através do muro do vizinho e ao observar constato que possuo a solução pra seus problemas. Pobre de mim criança abestalhada, achando que com a curta experiência de 18 anos teria capacidade de sanar angustias e horrores de um passado ocorrido antes mesmo de eu nascer. Na verdade, pobre não sou eu não. Pobre é ele, pobre de espírito que se fechou em um casulo e se mantém lá por toda sua existência, alega ter muitos problemas e que com eles não pode ser feliz. Mal sabe ele que quando nos libertamos desse casulo nos tornamos borboletas que voam alto e alcançam a felicidade. Bom, mas quem sou eu pra convencê-lo do contrário?