Quantas vezes quis decifrar o indecifrável só pra poder enxergar com clareza. Ou então entender as voltas que a vida dá. Já quis te prender comigo, te dar a chance de ser mais que um amigo, tudo isso pra te decifrar.
Quis bater pra ouvir grito, ferir pra ver sangrar. Queria fazer sofrer, só pra ver chorar. E quando chorando estivesse, talvez se a lucidez a partir daí me guiasse, eu teria fé em você, sem que você precisasse implorar para que eu voltasse.
Já que sem força pra bater eu me contenho, sem coragem pra falar me calo. Sem a mínima audácia me amparo na segurança de meus pensamentos, fazendo uso da beleza das palavras em textos. E enquanto aos poucos seu mistério vou esquecendo, você vem se preparando, pra mais uma vez a mim aparecer indecifrável, medroso e calado, alimentando minhas esperanças de que um dia, quando você nem ao menos esperar, eu possa até seu interior chegar, só pra te decifrar.