terça-feira, 26 de março de 2013

Me and you what's going on?


Depois que aprendi a ouvir Oasis pra tentar te compreender eu não te esqueço mais. Não que eu fosse te compreender só de ouvir sua banda preferida, mas de alguma forma essas músicas te trazem pra mais perto de mim. Passei a cantarolar baixinho "Don't go away" sem qualquer pretensão e depois cheia de sentimento como se nosso próximo reencontro dependesse disso.

Não sou mais o tipo de garota que brinca com o coração. Deixei os joguinhos de sedução na época do ensino médio e passei a valorizar quem se apresentasse pra mim de alma aberta e cheio de certezas. Não sei porque nem como, mas hoje suas dúvidas me seduzem. "Damn my situation and the games I have to play". Preciso pensar 20 vezes antes de te dizer qualquer coisa. Não me permito deixar transparecer que estou interessada. E mesmo assim você ri e me provoca dizendo eu estou apaixonada. Não estou. Mas não faz assim, jogo do te quero dia sim, dia não. Não me mata de dúvida, não me esnoba pois eu tenho essa antiga mania de viver de passado. Não me transporta pros meus 16 anos de novo que eu posso gostar de te desafiar.

Não foi efeito momentâneo do álcool pois eu ainda lembro da sensação de te segurar forte como se você fosse ir e nunca mais voltar. E só eu sei o quanto esperei por sua chegada pra te deixar ir assim, tão fácil. Só eu sei contabilizar as batidas do meu coração que falharam quando vi seu sorriso. "So don't go away, say what you say but say that you'll stay". Então você disse que não queria que fosse assim, quando estivéssemos bêbados, sem nenhuma lembrança no dia seguinte. Queria que as coisas fossem feitas da forma certa. "Cause I need more time just to make things right".

Me pergunto se algum dia vou esquecer essas semanas em que sua suave brisa me carregou como se fosse tornado. Hey, eu sou o tornado, você é só meu copo d'água, dá pra entender? Eu causo a tempestade e você fica aí me admirando, transbordando, tem como? Ainda tem? Não quero encontros planejados e atitudes ensaiadas, quero esse beijo de despedida que se repete mil vezes porque simplesmente não consigo suportar a ideia de ter que me despedir de você.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Fast and slow



Nem a minha típica postura de menina medrosa que acha que é mulher quando usa salto alto, conseguia disfarçar a tentativa de parecer menos estúpida enquanto você tocava violão na sacada, com uma despretensão desajustada, e eu te observava com admiração. Podia ser culpa da chuva, não sei. Não que a chuva me incomode normalmente, mas estranhei quando me peguei desejando em silêncio que ela jamais cessasse. Queria eternizar aquela noite fria já em brasas. Queria pra sempre aquela sensação de mundo paralelo que existia dentro do seu apartamento. Éramos tolos, apesar de tudo, naquele momento completos. Dois estranhos se encarando como antigos amantes, como duas almas outrora enamoradas. O tempo não parou para o relógio, mas dentro de mim alguma coisa que se arrastava a passos lentos estancou para outra, absolutamente diferente, iniciar numa velocidade avassaladora.

Era tudo muito maior do que meu embaraço tentando parecer cool ou seu nervosismo ao se esforçar nitidamente para ser atencioso. Reparei em cada minucia dos seus gestos e cada mistério triste do seu olhar. Homens como você são do tipo que eu desejo que chorem por mim, chorem por todas que já choraram por vocês, mas até do seu desapego eu tenho pena. Era poético. Você tinha todo direito de não se relacionar profundamente com ninguém, você já era profundo o suficiente. Eu só queria poder fazer com que você nunca, em toda sua vida, quisesse chorar novamente.

Não sei o que se esconde por detrás do seu cavalheirismo. Ogros são ogros porque não sabem enxergar o que a mulher tem de especial. Mas você é doce. Mas jamais doce que enjoa ou satisfaz, você é o doce que a tpm faz a mulher desejar incessantemente. Você tem uma inocente meiguice de menino que deseja conquistar o mundo, mas ao mesmo tempo, carrega nas costas, o peso de uma vida inteira que você nunca compreendeu. É contraditório, eu sei. Mas o que somos nós senão opostos? Eu razão e você emoção. Você derrubou minha barreira de inseguranças como se me pegasse no colo. Ou era eu quem te amparava? Você embelezou o drama e fez com que todo traço preciso formasse um abstrato indecifrável. Era arte. Música.