segunda-feira, 18 de novembro de 2013

O cara que não queria ser amado

Ele tinha o jeito de menino bom que me conquista, mas mastigava meu coração a cada esquina. Eu que sempre exagerei a dor, desta vez, a conheci enquanto juntava os retalhos de dentro de mim, e aprendi como se sofre calada.

Assim, despretensiosamente numa festa qualquer, eu o ofereci minha mão pela primeira vez, e ele temeu em hesitação antes de finalmente enlaçar a dele na minha. A seguir, o convidei pra uma festa particular entre amigos e no momento seguinte o observei estático, dentro de seu carro, ponderando se deveria descer para se enturmar no meu mundo e correr o risco de se envolver.

Eu o convidei pra entrar na minha vida, na minha casa, meu aconchego com tanta naturalidade e carinho que ele não pôde negar. Mas antes de pegar no sono ao meu lado insistiu diversas vezes em ir embora com receio que eu pudesse estar querendo mais do que ele pudesse oferecer. E sem me dar conta eu o chamei de meu antes mesmo dele querer ser.

Eu fiz as pazes por nós dois tantas vezes, e sem cansar, enquanto ele já procurava um novo motivo pra desacreditar. Eu acreditei tanto no nosso amor que brotava tímido mas ele insistia em arrancar sempre nossas raízes com medo que tudo pudesse ser real.

Eu olhei no azul dos olhos dele e senti a paz e a serenidade que tenho procurado durante toda minha vida, mas após cada calmaria retornava a tormenta enquanto seus olhos escureciam por um ciúmes qualquer.

Eu bati forte e descontrolada na porta do seu coração, forcei a passagem, espiei pelas frestas, até tentei pular pela janela dos fundos, mas não pude entrar. Passei um semestre pensando ser a estagiária mais esforçada almejando a efetivação, para no fim do contrato receber a rua e um uniforme sujo de recordação. A medida do amor é nunca querer demais. Ou dar demais a quem deseja o pouco, ou nada.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Oi, quer ser meu?

Eu entendo que talvez o seu lugar jamais seja aqui do meu lado, mas de alguma forma estranha parece que você me pertence.

Tem algo meu nesse seu jeito de sorrir ou talvez algo seu nesse meu jeito fanfarrão que me faz acreditar que nos pertencemos.

Não sei porquê, mas acho que você é meu quando balança e desgrenha os cabelos molhados, após o banho em cima de mim, feito cachorro, só pra me tirar do sério.

É meu quando está na beira do fogão com os pés descalços, e enquanto ignora totalmente minhas reclamações, me força a provar qualquer delícia que esteja cozinhando.

Até o seu rolar de olhos fingindo tédio toda vez que me ouvia dizer que "sua loucura parece um pouco com a minha".

Eu quis ser tua da forma mais bonita que alguém já pôde se dar à outra. Assim de bandeja, sem endereço pra devolução.

Eu quis que fossemos um par, uma dupla de insanos correndo pela vida e se lambuzando de felicidade, e se qualquer dia o pior chegasse, estaríamos ocupados demais sendo felizes pra perceber.

E assim, aos poucos, quando menos esperava eu quis te ter. Depois, quis te ter só pra mim e te perdi. Assim como a água escorre pelos dedos que tentam aprisioná-la.

Como é possível ter, de fato, um pássaro sem colocá-lo em uma gaiola?

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Dopamina


O primeiro beijo na chuva a gente nunca esquece. Não que precise ser, de fato, um beijo na chuva. Me refiro àquela pessoa que causa tamanho furor que nos desperta um desejo enorme de fazer loucuras.

Quem nunca sonhou com um amor de verão pra correr pra praia no meio da madrugada. Se jogar no mar sem receio de se despentear. Alguém que nos faça sentir livres do mundo e seguros com um simples abraço.

Aquele amor que nos encara e nos despe a alma. Faz a gente confessar desejos e sonhos que havíamos esquecido e desacreditado há tanto tempo. É a pausa no meio da viagem em uma estrada no meio do nada só pra encarar as estrelas em cima do capô.

É a adrenalina que nosso corpo sente por uma simples mensagem recebida no celular. É paixão desmedida, sem motivo aparente, que nos faz esquecer e questionar todo e qualquer amor que já tivemos na vida.

É a quantidade absurda de dopamina que nosso corpo libera mas que ninguém, por mais que estude ou pesquise, sabe ao certo explicar a razão. Essa tal razão que deixamos de lado e passamos a ser guiados pela emoção que toma conta de toda nossa vida. É quando sentimos muito medo de cair e mesmo assim nos jogamos como se não tivéssemos nada a perder.

É o amor que procuramos por toda vida, e tememos jamais encontrar.

domingo, 21 de abril de 2013

Calor


No dia que eu conclui que não consigo te contagiar com a minha frieza, acabei te admirando mais. Você se isola do feio do mundo mas sofre pois teus sonhos sempre se ambientam na triste realidade das 7 bilhões de pessoas que não se encaixam. Mas a gente se encaixa.

Uma bomba explode do outro lado do mundo, tão longe que eu nem escuto, tão pouco sinto o chão tremer. Mas daí eu te vejo e tudo explode e treme enquanto o chão some. E eu consigo ouvir teu coração bater tão lindo, tão sincero. Bem alto.

As crianças machucadas, os velhinhos aterrorizados e você sangra. Eu não consigo sentir nada, e nem por isso sinto culpa ou pena. O mundo está chorando e eu estou indiferente, egoísta, colocando seu coração nessa caixa blindada pois não quero que você se magoe. Você tem esse sorriso lindo, e não dá pra ver ele se o mundo te perturba.

Você me segura nos seus braços e eu te liberto pois enquanto você me segura, você solta o mundo. A gente escapa do mundo pra conseguir ser feliz. A felicidade é tão linda, cheia de dentes e olhos bonitos. Abraços e cobertas quentes, sofá confortável e sobremesa. Felicidade nada tem a ver com frieza contagiada, e sim com calor compartilhado.

terça-feira, 26 de março de 2013

Me and you what's going on?


Depois que aprendi a ouvir Oasis pra tentar te compreender eu não te esqueço mais. Não que eu fosse te compreender só de ouvir sua banda preferida, mas de alguma forma essas músicas te trazem pra mais perto de mim. Passei a cantarolar baixinho "Don't go away" sem qualquer pretensão e depois cheia de sentimento como se nosso próximo reencontro dependesse disso.

Não sou mais o tipo de garota que brinca com o coração. Deixei os joguinhos de sedução na época do ensino médio e passei a valorizar quem se apresentasse pra mim de alma aberta e cheio de certezas. Não sei porque nem como, mas hoje suas dúvidas me seduzem. "Damn my situation and the games I have to play". Preciso pensar 20 vezes antes de te dizer qualquer coisa. Não me permito deixar transparecer que estou interessada. E mesmo assim você ri e me provoca dizendo eu estou apaixonada. Não estou. Mas não faz assim, jogo do te quero dia sim, dia não. Não me mata de dúvida, não me esnoba pois eu tenho essa antiga mania de viver de passado. Não me transporta pros meus 16 anos de novo que eu posso gostar de te desafiar.

Não foi efeito momentâneo do álcool pois eu ainda lembro da sensação de te segurar forte como se você fosse ir e nunca mais voltar. E só eu sei o quanto esperei por sua chegada pra te deixar ir assim, tão fácil. Só eu sei contabilizar as batidas do meu coração que falharam quando vi seu sorriso. "So don't go away, say what you say but say that you'll stay". Então você disse que não queria que fosse assim, quando estivéssemos bêbados, sem nenhuma lembrança no dia seguinte. Queria que as coisas fossem feitas da forma certa. "Cause I need more time just to make things right".

Me pergunto se algum dia vou esquecer essas semanas em que sua suave brisa me carregou como se fosse tornado. Hey, eu sou o tornado, você é só meu copo d'água, dá pra entender? Eu causo a tempestade e você fica aí me admirando, transbordando, tem como? Ainda tem? Não quero encontros planejados e atitudes ensaiadas, quero esse beijo de despedida que se repete mil vezes porque simplesmente não consigo suportar a ideia de ter que me despedir de você.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Fast and slow



Nem a minha típica postura de menina medrosa que acha que é mulher quando usa salto alto, conseguia disfarçar a tentativa de parecer menos estúpida enquanto você tocava violão na sacada, com uma despretensão desajustada, e eu te observava com admiração. Podia ser culpa da chuva, não sei. Não que a chuva me incomode normalmente, mas estranhei quando me peguei desejando em silêncio que ela jamais cessasse. Queria eternizar aquela noite fria já em brasas. Queria pra sempre aquela sensação de mundo paralelo que existia dentro do seu apartamento. Éramos tolos, apesar de tudo, naquele momento completos. Dois estranhos se encarando como antigos amantes, como duas almas outrora enamoradas. O tempo não parou para o relógio, mas dentro de mim alguma coisa que se arrastava a passos lentos estancou para outra, absolutamente diferente, iniciar numa velocidade avassaladora.

Era tudo muito maior do que meu embaraço tentando parecer cool ou seu nervosismo ao se esforçar nitidamente para ser atencioso. Reparei em cada minucia dos seus gestos e cada mistério triste do seu olhar. Homens como você são do tipo que eu desejo que chorem por mim, chorem por todas que já choraram por vocês, mas até do seu desapego eu tenho pena. Era poético. Você tinha todo direito de não se relacionar profundamente com ninguém, você já era profundo o suficiente. Eu só queria poder fazer com que você nunca, em toda sua vida, quisesse chorar novamente.

Não sei o que se esconde por detrás do seu cavalheirismo. Ogros são ogros porque não sabem enxergar o que a mulher tem de especial. Mas você é doce. Mas jamais doce que enjoa ou satisfaz, você é o doce que a tpm faz a mulher desejar incessantemente. Você tem uma inocente meiguice de menino que deseja conquistar o mundo, mas ao mesmo tempo, carrega nas costas, o peso de uma vida inteira que você nunca compreendeu. É contraditório, eu sei. Mas o que somos nós senão opostos? Eu razão e você emoção. Você derrubou minha barreira de inseguranças como se me pegasse no colo. Ou era eu quem te amparava? Você embelezou o drama e fez com que todo traço preciso formasse um abstrato indecifrável. Era arte. Música.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Something Stupid



Uma dose de tequila e já não dói tanto assim. Uma volta na multidão, três puxões no braço, mas ninguém que me faça querer ficar. Sento no mesmo lugar onde te vi pela primeira vez na tentativa de, quem sabe, voltar no tempo e te ver chegando de cabelo raspado e um sorriso debochado. Como na primeira vez.

Acordo dos meus devaneios e observo as garotas se divertindo com meia duzia de cervejas em garrafas verdes. Sinto sede. "Uma caipirinha bem forte, por favor." "Vodka nacional ou importada moça?" "Faz de absinto!" Absinto tem SINTO na palavra, preciso sentir alguma coisa diferente hoje, quem sabe.

Minha garganta queima com o primeiro gole e o cheiro me carrega dali. Os sofás não estão mais nos lugares de antigamente. Nada mais é como antigamente. Tudo está amplo demais sem sua presença ocupando todos os lugares e me espremendo cercada e desamparada num canto qualquer. Mais alguns goles sentada sentindo nostalgia. Pra que eu comecei a beber afinal?

Um sorriso tímido e apesar do letreiro na minha testa dizer em letras garrafais e faiscantes "HOJE NÃO" um destemido tentou elogiar Carly Rae Jepsen na intenção de nos aproximar, mas eu, diferente da maioria das garotas ali, nem gosto muito da música dela. Ele me olha intrigado e parece perceber que estou observando por tempo demais a porta. Sem saber que anseio tanto para que você entre por ela e me resgate daquelas pessoas, daquelas músicas, daquele lugar.

Eu lembro de você reclamando desse lugar, como eu reclamava antigamente quando esquecia que foi exatamente onde te conheci. Agora foi você quem esqueceu, e aqui não volta mais. Eu dou oi pra um grupo de amigos sorridentes e tento relaxar. Esvazio o que resta no copo em um só gole e desejo mentalmente estar sentada enquanto meu rosto pega fogo. Puxa, insistem em tocar Carly Rae Jepsen nesse lugar.

O pub está mais calmo, e os casais começam a formar duplas para dançar a música nova do Thiaguinho. Lembrei de quando eu odiava pagode e você insistia em tentar me ensinar enquanto eu, desajeitada, pisava nos teus pés. Desejo tão forte te ver ali me salvando daquelas músicas que falam de coração partido. Levanto de supetão com uma súbita vontade de sair dali o mais rápido possível.

Fiquei momentaneamente tonta, deveria ser a bebida finalmente fazendo efeito. Mas enquanto me equilibrava novamente no salto 15, o aglomerado de pessoas na minha frente se moveu abrindo caminho pra pessoa que eu mais ansiei ver durante a noite inteira aparecer. Tá legal, eu bebi demais, eu sei. A fada verde me pegou. Descrente eu fechei os olhos e contei até 3 pausadamente, e pra minha surpresa quando abri os olhos, você estava ali com a testa franzida, visivelmente preocupado. Eu não conseguia dizer absolutamente nada enquanto gostaria de poder te dizer tudo.

Você segurou a minha mão, como quem segura todas as minhas falhas e defeitos e me ajuda a carregar. Eu fazia força pra minha lucidez voltar. Queria gravar esse momento na minha memória pra sempre. Eu queria conseguir perceber seus gestos e olhares com a perspicácia que normalmente tenho, e me frustava em confusão. Só conseguia rir feito idiota lembrando do dia em que você se comparou com o Ashton Kutcher. Bobo. Realmente, ele não tem teus olhos.

Você abre caminho entre as pessoas de faces distorcidas com admirável facilidade, mas não consigo saber pra onde você está nos levando. Apenas consigo sentir essas ondas elétricas que surgem das pontas dos teus dedos e seguem caminho por todas partes do meu corpo e explodem no meu peito. Sentamos instintivamente lado a lado e você finalmente fala "Quer uma água? Vou lá pegar." levanta e eu sinto que vou te perder de novo, eu cansei de te perder. Mas permaneço ali, imóvel, te seguindo com os olhos até o bar enquanto você fala sorrindo com uma pessoa qualquer dentre todas pessoas quaisquer que habitavam aquele lugar.

Você voltou dizendo meu nome e eu fechei os olhos porque doeu ouvir tua voz de novo. Aquela dor boa que enche e esvazia o peito em um milésimo de segundo e fica entalada na garganta, mas consegui sorrir agradecendo enquanto aceitava a garrafa. Eu sentia como se todas as coisas no mundo voltassem a fazer sentido, sabe, a festa e todo o resto. Eu queria levantar dali e sentir novamente como é ter a certeza de que se está fazendo a coisa certa, com a pessoa certa. Mas tudo que estava certo estava ali, parado exatamente do meu lado.

Então comecei a te olhar com a admiração que só tenho por você mas você se assusta com minha seriedade repentina e pede pra eu explicar o que estava acontecendo, porque eu havia bebido tanto, quem estava ali comigo... E sua voz gradativamente diminuía e se afastava enquanto eu observava de perto sua boca pronunciando essas frases que, pra mim, não tinham a menor importância. Foi quando eu te interrompi de supetão e disse qualquer coisa estúpida como "eu te amo".

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Distante


De verdade é quando, do nada, nosso olhar se encontra e a gente se reconhece. De outra vida ou sei lá! De verdade é quando assim, de cara, que a gente passa a se gostar. E sem se importar se existe qualquer distância pra atrapalhar.

Quem foi que disse que pra uma amizade ser sincera é preciso o toque das mãos? O que interessa é a intensidade que se sente. O que importa é que de certa forma, um entende o outro, mesmo longe. Conhece seus problemas e mesmo que muitas vezes não possa ajudar, faz o que pode. Uma mensagem, uma ligação, tem coisas que ultrapassam qualquer distância.

Quando é sincera e de verdade, pra amizade permanecer por anos, distância não é desculpa, muito menos um obstáculo. A saudade nos faz desejar em oração o bem do outro. Faz vibrar, mesmo que em silêncio, com as conquistas do outro. Distância não impede de um sentimento nascer, muito menos de permanecer.

sábado, 11 de agosto de 2012

Ciúmes de tudo que eu acho que deveria ser meu é pouco!



Se você soubesse o quanto queria te ter só pra mim. Exatamente como uma criança, que espera ansiosamente pelo Natal, pra então ganhar seu Xbox e, finalmente ser feliz, sem precisar fingir que seu Super Nintendo a satisfaz.

As vezes eu penso que Papai Noel me castiga por não ser boazinha, vai saber? Mas cadê aquela piedade pelas criancinhas que mesmo prometendo que vão largar continuam chupando o bico, choram de medo do bom velhinho e mesmo assim ganham seus presente na noite feliz?

Tá fácil pra ninguém não, me chamam de criança mal educada. Nem ligo. Me observa quando chegar dezembro e seus ares de verão. Espera as luzinhas invadirem a cidade nas noites de vento quente. A criança arteira dentro de mim anda muito sem paciência pra esperar o barbudo achar que mereço meu presente. Finalmente vou fazer jus à minha fama e sem ninguém esperar vou roubar o presente de baixo da árvore! Quero ver quem vai dizer que não era pra ser meu ou que não mereço.

Não sei vocês, mas eu corro atrás do que eu quero, independente do que as pessoas acham que mereço. Afinal, quem é mesmo o cara que usa uma roupa vermelha ridícula, polo norte style, em pleno calor de 40ºC pra poder me julgar?

Injusto é eu continuar com essa vontade de você que nunca passa... E não ter! Mas enquanto isso, vou lá jogar um Super Mario World.

sábado, 28 de julho de 2012

Song #6

Dois beijos na face, e um abraço meio sem jeito
Agora tá tudo bem, eu tenho aço no peito
Quantas noites eu passei em claro te procurando
E você nem aí, só brincando.

de Seu Cuca, "Brincando comigo".

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Caixinha de surpresas



Eu não me canso de você. Por mais que tenha decorado suas expressões e suas falas, você consegue me surpreender. E eu te odeio tanto, mas só as vezes, antes de te amar mais.

Temo os anos quando penso que nossas lembranças possam ser esquecidas. Temo acabar sendo apenas passado quando o presente for muito mais vivo e convitativo aos teus olhos.

Olhos, seus olhos, não me canso jamais desses olhos. Estreitando-se para me encarar irônico em perfeita combinação com um meio sorriso. Piscando devagar enquanto os dentes mordem os lábios ansiosamente. E com toda certeza, o mais conhecido rolar de olhos e sorriso entregue, só pra me contrariar.

Eu guardo cada pedacinho seu em uma caixinha de música lá em cima do armário mais alto, num cantinho escondido, bem atrás de coisas que nunca uso.

Eu corro, vivo, choro, grito, sorrio e danço. Danço e lembro da música que eu gosto mais. Então caio, tropeço e me canso. Levanto um pouco sem fôlego, pego um banquinho e procuro lá atrás do armário o que me alegraria. Cada vez demoro mais pra achar, escondo cada vez melhor. Mas sempre encontro. Abro a caixa, e deixo aquela melodia invandir meus ouvidos. Sorrio, as vezes choro, e inconsequentemente escrevo.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Machismo?




Existe uma tênue linha que separa a mulher bem resolvida da mulher fácil. Polemizei né? Mas vamos esclarecer:
Existe aquela que gosta de sair, se divertir, farrear e é bem madura a ponto de saber se valorizar e não sair por aí com qualquer cara por pura falta de opção ou com aquela velha história de que não conseguem ser felizes sozinhas.

Mas tem também aquela mulher que sai pra se mostrar a loucona. Geralmente são aquelas que terminaram um relacionamento magoadas e querem mostrar que estão por cima. Então elas saem com diferentes caras na mesma semana, e fazem questão de divulgar isso nas fotos e posts de rede sociais.
Me corrijam homens se eu estiver enganada, mas qual tipo vocês preferem?

Me dou ao direito de falar sobre isso pois não é de hoje que me chamam de machista! Mas eu tenho sim uma visão masculina de enxergar as coisas e muitos amigos que me confidenciam experiências e opiniões.
É OFICIAL: Os homens não gostam de mulheres que já passaram pela mão de vários. Não é questão de ser santinha, chatinha ou qualquer inha. É apenas uma questão de valorização. E não estou falando de mulher pra uma noite, porque isso eles não escolhem muito não! Estou falando de mulheres pra algo mais sério - namorar - como muitas querem!

De tempo em tempo eu vejo mulheres do tipo fácil reclamando que ninguém as valoriza e que por isso vão esfregar na cara dos homens que se eles não querem, tem quem queira. E novamente se jogam na ilusão de que algum desses homens que elas saem por aí vai valorizá-las, e não considerá-las uma qualquer na vida deles.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Pouco e tanto.



Pra ela, estar com ele era como sentir uma paz absurda. Como atravessar uma avenida com carros velozes passando apenas como borrões de luzes e sentir como se pudesse atravessar tudo isso em câmera lenta, com passos suaves embalados pela música que saia da boca dele toda vez que ele pronunciava qualquer palavra indecifrável.

Era como estar mergulhando num mar tão profundo e agitado por ondas de sentidos vacilantes e furiosos e ainda assim sentir como se estivesse flutuando no azul dos olhos dele em um fim de tarde preguiçoso em que o único movimento executado era da grandeza do piscar preguiçoso dos seus olhos.

Era como se milhares de musicas tocassem ao mesmo tempo, em milhares de ritmos e acordes desencontrados. Era como estar imerso à uma fusão de sons e cores e temperaturas por todos lados mas só conseguir enxergar seu sorriso perfeito acompanhado da tímida maneira com que ele molha os lábios com a língua antes de falar.

Era como ir a um parque de diversões e se embalar tão rápido numa daquelas xícaras gigantes a ponto de não conseguir mais lembrar nem o próprio nome, e mesmo assim sentir como se estivesse dançando no ritmo gracioso de um carrossel, admitindo secretamente que seu próprio nome não tem mera importancia quando comparado ao sentimento que lhe invade e muitas vezes transborda pelos olhos toda vez que o vê.

Estar com ele era como tentar domesticar um tornado sem nunca ser bem sucedida. Em um momento ele chegava devastador e desenfreado. No próximo, manso, gentil e carinhoso feito brisa. Era como um frenesi de sensações que se chocam em oposição. E apesar da loucura que sua presença lhe passa, seu semblante sempre a acalmará.

sábado, 21 de abril de 2012

It will rain


E você me lembra a chuva, simplesmente porque ela é assim, passageira. Ora garoa, ora tempestade. É dificilmente prevista com exatidão. E não importa quanto tempo demore, uma hora ou outra inevitavelmente volta. Quando chega a hora, sempre volta.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Quer saber? Já foi!

Ela só queria que dessa vez estivesse pronta pra não gostar dele pela primeira vez na vida! Logo ela que, mesmo negando e tentando parecer enfadada, gostou dele desde o primeiro segundo em que ele sorriu pra ela. Dessa vez deseja que não precise projetar seus sentimentos em outra pessoa pra superá-lo. Quer, por ela, deixar que ele vá.

Dessa vez vai ser pra valer porque ela cansou de tentar descobrir porque ele sempre volta atrás. Todo mundo sabe que ele enjoa das outras garotas, que ele enxerga defeitos nelas sem que realmente sejam relevantes, só pra fugir. Mas todo mundo também sabe que ele foge delas, e de novo foge pra elas. E no fim, quando enjoa daquelas todas, ele volta sempre pra ela, só pra dizer que cansou de tudo. De novo.

Ela decidiu que na próxima vez que for inevitável seu encontro, irá sorrir ao vê-lo. Mas não pense que vai ser por finalmente matar a saudade, não! Vai ser por ter finalmente matado dentro dela esse sentimento que só a perturba e a impede de seguir em frente. Dessa vez, ela não vai pedir que ele vá ou fique, caso pense que ainda há volta, pois dessa vez decidiu. Não quer que ele vá. Pelo contrário! Quer que ele fique, pois dessa vez, quem vai é ela!

sábado, 4 de fevereiro de 2012

NUNCA MAIS


Acho que a gente teme a morte por achar que nunca mais. Nunca mais sentirá o pisar dos pés na areia, nunca mais o cheiro da nuca de quem se gosta, nunca mais o alívio do pisar no chão ao descalçar o sapato. Nunca mais o medo de nunca mais.

Qualquer abraço dado numa esquina qualquer pode ser justo antes de nunca mais. Qualquer dança despreocupada ou um olhar pro indiozinho na esquina atrás da janela do carro pode ser a ultima coisa antes de nunca mais acordar.

Abrace apertado, gire bem rápido de braços abertos e chore sem disfarçar o soluço. Viva cada chegada e despedida, sem medidas. Faça uma loucura, sorria pra um desconhecido na rua e brinque de adoleta com sua avó. Sinta os segundos antes de se tornarem anos. Mas tenha em mente que nunca mais vale só por essa vida.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

É você.


Eu já não volto pra casa porque o caminho é você. Sou tão sua, que tudo que sou é você. Meu riso irônico, meu descaso mesclado com meu jeito torto, tudo é você. Eu não me aguento mais sendo você, e ainda assim sinto sua falta e ligo só pra ouvir a sua voz. Dessa vez só preciso saber como você está. Ou ouvir você dizer "alô" do outro lado da linha enquanto me torno tão covarde a ponto de desligar o telefone sorrindo boba.

Talvez agora você não queira mais saber, mas tenho estado sozinha. Tenho procurado e tentado tirar você de mim, aos poucos, pois sei que ninguém jamais vai tomar o seu lugar. Mesmo esquecendo aos poucos teu rosto, hoje, quando eu fecho os olhos ainda é você. Se me concedessem apenas um desejo, ainda assim, hoje, seria você. Sempre foi você. Quando eu olho as estrelas e imagino se você por acaso também não as estaria encarando. Quando me descrevem e me conhecem melhor que eu mesma, ou dizem uma mentira sincera, é você.

Se não fossem por esses pequenos acasos que ainda nos unem aqui e ali, nós já não seriamos mais nada apesar de tudo. Dia e noite, tic e tac e eu ainda te levo onde quer que eu vá. Apesar de tudo, caso você me pedisse pra ficar, eu largaria todos os sonhos que carrego pra segurar na tua mão. Se me pedisse pra ficar, eu ficaria. Com você.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Devaneios

Pega minha mão e me carrega pra longe, pra onde eu possa esquecer o vazio que ocupa meu coração por inteiro. Preenche essa vontade de receber um abraço apertado que não sufoque e não incomode, apenas conforte. Deixa eu fazer pirraça querendo confusão, querendo que tu não faça sempre tudo que quero. Não faz assim, de cara, todas minhas vontades sem que eu realmente as queira. Me nega. Só pra eu achar que preciso merecer. Me ensina como faz pra esquecer aquela velha historia de odiar apaixonadamente. Me lembra de como a vida pode ser leve. Mas não me deixe esquecer que há certas coisas na vida que não há como evitar, elas acontecem. Só me tira daqui, pode ser? Preenche 1/1000 do meu vazio que por hoje basta.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Preferido


Passa ano e entra ano e aquele imbecil continua sendo meu favorito. É como se o acaso vivesse me pregando peças, pois sempre acabo encontrando diversas imitações fracassadas dele por aí.

David tem aquele mesmo jeito enérgico que ele, mas não consegue prender minha atenção numa conversa. De cara percebi que Heitor tem o mesmo signo, só pelo olhar apaixonado que ele depositou em mim desde que eu passei a ser um desafio, e isso me fez correr por milhas, embora quisesse ficar. Me trazia demasiadas recordações.

Logo depois topei com o Adriano. Esse tem o ascendente dele, logo, aquele jeito insistente de não desistir até conseguir o que quer. Maldito clone daquele cabeça dura! No fim sempre acaba conseguindo o que quer. Mas faltava aquele jeito, só dele, de exagerar a dor pra ganhar um carinho extra que simplesmente me desarma.

Eu canso de ser a preferida da mãe dele, e ele ser o preferido da minha mãe, das minhas amigas, das mães das minhas amigas, das vós das minhas amigas e, pelo visto, das mães e amigas e vós do mundo todo.

Eu detesto encontrar o Pablo - finalmente alguém que tem uma personalidade absolutamente diferente da dele - e perceber que só notei ele, porque ele é tão parecido fisicamente com meu favorito, que dá até pra suspeitar que os dois tenham sido separados na maternidade.

Encontro e desencontro incontáveis pedaços dele perdidos por aí. Ninguém jamais sendo completo pra mim como ele é. Uns tem o jeito de abraçar, mas não o jeito de caminhar. Uns tem o sorriso perturbador, mas não o olhar irônico. Uns são pouco, outros quase nada. O pouco de cada um somados são ele, e embora ele não seja como todos, ainda prefiro ele.

DOIS MIL E DOZE

Como é de praxe repasso mentalmente o ano que passou a cada troca de ano. E sempre acabo jogando expectativas no ano que está começando. Infelizmente esse ano não será diferente. A única mudança que vou procurar pra essa virada, será esquecer, de uma vez por todas, as pendências que venho trazendo dos anos anteriores. Pretendo apagar as coisas não superadas que acabam atrasando meu progresso.

2011 me ensinou muita coisa. Amadureci em diversos aspectos e me fiz criança quando necessário. Tenho meus arrependimentos, mas orgulho dos scores que obtive. Aprendi a conviver com altos e baixos, e principalmente com a ideia de que nem tudo é como desejamos!

Não quero nada pra 2012 que possa vir a me desapontar. Todo mundo sabe que expectativas borram maquiagens, então nada anseio pra não ter que conviver com o desejo mais forte que a razão. 2011 trouxe o inesperado sim. Me ensinou a improvisar como eu jamais precisei na vida.

A partir de agora será assim: o que passou, passou. E que venha o fim do mundo!

domingo, 1 de janeiro de 2012

Song #5

Então seguirei
Meu coração até o fim
Prá saber se é amor
Magoarei mesmo assim
Mesmo sem querer
Prá saber se é amor
Eu estarei mais feliz
Mesmo morrendo de dor!
Prá saber se é amor
Se é amor.

de Jota Quest, "Amor maior".

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Tenha fé na vida!


Hoje tô aqui pra falar da vida. De nascer, de viver e morrer. Sim, pois a morte é vida também, é fim do ciclo, mas parte da vida. Todo mundo sabe que uma vida interrompida no meio causa inconformismo, causa revolta e muita muita dor. Às vezes nem perdemos a vida, perdemos apenas a fé. Fraquejamos diante de uma quase morte, mas o que seria a quase morte quando todos nós na verdade quase vivemos? Eu proponho encararmos a quase morte pra depois disso passarmos a viver. Completamente. Para que passado isso tenhamos fé, fé absoluta de que estamos aqui pra "viver tudo que há pra viver" como diria Lulu Santos.

Vida é planta que rompe o asfalto e cresce imponente diante da urbanização. Vida é o grito de alegria quando alcançamos o almejado. Vida é o nascer do sol na praia. Vida é o novo dia, vida é o recomeço. Vida é a garota que sonha se curar de uma doença grave porque tem sede de viver enquanto outras tiram a própria vida com amargura. Vida é a chance que a vida nos dá de tentar de novo. É a segunda, quinta ou trigésima chance! Vida é hoje, é agora. Vida estamos vivendo agora antes de irmos embora.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Love is battlefield!


Assim que ele sorriu e disse "gostaria de ter a mesma coragem que tenho bêbado quando estou sóbrio só pra poder vir até aqui falar contigo, sem que tu me ache um idiota qualquer" eu soube que talvez as pessoas só estejam com muito medo de se machucar.

Pensei também que é muito estúpido uma pessoa legal ter que criar coragem para atravessar um aglomerado de gente, ao invés de, simplesmente vir com naturalidade conhecer alguém. As pessoas estão tão fechadas que para ter acesso a elas é como ultrapassar um campo de batalha. E convenhamos, se alguém o atravessa pra chegar até você é porque acredita que vale o risco!

Eu disse a ele que não me importava com a quantidade de álcool que ele havia ingerido e me dei conta de que estava diante de um daqueles sujeitos bagunçados e sinceros com quem adoro conversar. Assim como eu, ele tinha a destreza de saber apontar o pior em si mesmo, deixando claro que era o tipo de cara que só liga pra quem o aceita com todos seus defeitos. Ele era tão desastrado e tão sem conserto que eu só conseguia pensar no quanto adoro um caso perdido.

Somente quando ele já estava indo embora com um ar lunático, dizendo que havia sido um tremendo prazer encontrar alguém nesse mundo que ainda tem sentimentos, que eu percebi a tremenda bagunça que eu havia feito ao fazer ele acreditar que eu era boa coisa, quando ele interpretou a maneira que eu exalo sinceridade, como verdade perpétua das coisas que disse sobre minha personalidade contraditória.

Mas então, no segundo seguinte, quando ele virou as costas, eu sorri pensando que pelo menos na próxima vez que ele for se aproximar de alguém, carregando a ilusão de encontrar outra pessoa tão aberta quanto eu, ele vai ter menos receio e mais chances de encontrar alguém menos perturbado do que nós dois somos, ou dizemos ser.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Para as Inhas


Demorei pra aceitar que certas pessoas simplesmente invejam. Pois é, diferente de se espelhar em algo melhor e tentar melhorar, tem gente que simplesmente não suporta ver o quanto somos melhores que elas e passam a tentar sabotar nossas vidas. Mas quer saber? Sou tempestade! Sou furacão, tornado, e você tentar fazer qualquer coisa pra me abalar é como a chuva mergulhar no mar, inútil.

Vai soar arrogante, porque é: eu sou muito mais legal que você Inha! Sim, sou mais divertida, mais inteligente, mais adulta e até mesmo mais bonita. Sim, essa é a mais pura verdade. E eu sei que você também sabe disso, por isso é tão insegura! E por isso chora, treme de medo e corre pro colinho de mamãe porque sabe que não tem como competir com alguém como eu.

Quer um conselho Inha? Aceita tuas limitações, e me esquece. Tu nunca vai conseguir ser como eu. Não se aprende a ser sarcástica, não se aprende a ser segura, não se aprende a ser o centro das atenções, e muito menos se aprende a ser insuportavelmente superior como eu. A gente nasce assim sabe? Então se conforma, pega tuas amigas, vai pra balada, dance, beba, farreie e pegue os caras que vocês curtem e mereçam. Mas faz isso por ti, não faz isso tentando mostrar o quanto você fracassa tentando me imitar.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Meu?


Desatino quando você para naqueles segundos que duram uma eternidade e me puxa pra perto, de um jeito que é só seu. Mal dá tempo, mas eu pondero se devemos novamente quebrar a barreira já não mais tão consolidada que separa nossa amizade do nosso desejo de estar mais perto. Então eu cedo. E já inalando tua essência, presa a ti, me sinto uma boba por sequer ter pensado em te rejeitar, em negar pra mim mesma que a forma que me sinto quando aferrada a ti me faz um bem danado. Faz eu me sentir em casa nesse mundo conturbado e feioso, onde reprimimos sentimentos e os vulgarizamos sem nem sequer sentirmos remorso.

Não vou dizer que é amor, porque amor me lembra sempre coração partido e um fim trágico que foi regado por falsas promessas. Prefiro dizer que sinto a nossa amizade de uma forma desmedida. Sem barreiras ou receios. Colorida, como gostam de chamar por aí, mas colorida somente com as cores mais belas e vibrantes, com as nuances que representam essa bonita troca de emoções que compartilhamos.

O que importa é que estar com você faz eu me sentir plena. Faz eu ter orgulho de ser como sou, pois sei que euzinha te conquistei dessa forma totalmente torta e incomum. Não dá pra rotular o que vivemos sem acabar desmerecendo isso. O que vivemos, temos ou somos é mais porque é de verdade. É mais porque não cabe em molde algum. É mais simplesmente porque não tentamos nunca ser quem não somos. Não dá pra definir o que é mutável e crescente sem impedir o avanço. Não te chamo hoje de meu amor, porque amor é dor, e meu, meu mesmo, talvez jamais admitiremos que você seja.

domingo, 27 de novembro de 2011

A vida é um verdadeiro perde e ganha!


De tão acostumada que eu estava em perder, não fazia ideia de como era ganhar. Esperneei pra admitir mas eu estava com seu coração nas mãos sem saber o que fazer com ele. Nas ultimas vezes que me apaixonei eu desejei com todo meu coração que desse certo, mas cada vez que chegava perto eu perdia. Com minha mania autodestrutiva de acabar com tudo antes mesmo que comece, antes que se torne vital. Dou sempre um jeito de estragar tudo, e botar tudo a perder.

A última vez eu quis tanto que desse certo que cheguei a acreditar que fosse realmente dar. Mas eu perdi de novo. Perdi jogando, perdi lutando, perdi sem ao menos tentar nos subornar, e doeu. Me abalei pra caramba, demorei pra superar a perda. Mas daí veio você querendo me consertar sem nem ao menos saber qual era o meu defeito. Quis me ganhar sem joguinhos. Quis me ganhar porque me queria de verdade! Mas de tão acostumada que eu estava em perder, eu simplesmente duvidava.

É normal perder certas coisas, mas caramba! É normal a gente achar também! E eu achei, eu ganhei. Pela primeira vez na vida por mais que eu tentasse cometer um erro você vinha e fazia a coisa certa por mim, sem nem se esforçar. E eu, as poucos, fui cansando de duvidar. Me convenci que eu podia ganhar sim, que eu merecia ganhar. Vez ou outra eu armo uma armadilha pra nós, só pra questionar tudo de novo, porque sou incrédula. Mas como sempre você não está disposto a nos perder.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A year without rain


Então aquela foi a nossa despedida. Se eu antes soubesse que aqueles seriam nossos últimos momentos juntos. Maldita despedida desavisada! Se ao menos eu soubesse que depois disso fossemos nos separar pra sempre, que depois disso você fosse me deixar pra trás. Certamente eu jamais teria entrado no seu carro naquela noite chuvosa.

Quem sabe eu não tivesse sido tão sincera quanto fui, mesmo você não acreditando em nenhuma palavra do que eu disse. Eu não me importei com o que estava dando certo ou errado, ou se o mundo estava desabando lá fora, eu estava ali 100% verdade como jamais estive antes.

E agora antecipando sua partida você disse que nossos sentimentos estavam atropelando o tempo, e o nosso tempo estava se esgotando. Deixando como certeza apenas o nunca mais.

Enquanto você usava a desculpa de que daria tudo errado no futuro eu só conseguia pensar no quanto o futuro é incerto e no quanto vale mais a pena viver intensamente o presente e deixar o futuro pra depois. Mas você insistiu em datar aquela noite chuvosa como nossa despedida.

Pra falar bem a verdade, mesmo se eu soubesse, eu teria sim entrado naquele carro. Só pra não carregar a culpa de não ter feito tudo que podia, tudo que tive vontade, até o fim. Talvez a única coisa que eu faria diferente seria permanecer mais tempo ponderando se eu iria te beijar mais uma vez - pela última vez - até perder o fôlego ou se iria logo encarar a chuva torrencial que caia lá fora e me obrigar a virar as costas pra você pra sempre. Ou simplesmente dizer que estava com medo de sair por aquela porta e nunca mais sentir, na minha vida inteira, do jeito que eu me sinto quando estou com você.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Como se ele soubesse


Eu gostei dele exatamente porque ele não me ligou, aliás, ele nem ao menos pediu meu número. Como se ele soubesse que me sinto sufocada com facilidade. Ele não esperava nada de mim e nem eu nada dele, e nenhum de nós esperava tudo que veio a seguir. Como se ele soubesse que eu prefiro o inesperado. Eu gostei dele porque ele é um mentiroso deslavado, e porque eu sempre sei quando ele mente. Ele jamais me iludiu ou fez promessas. Como se ele soubesse que eu detesto levar as coisas à sério demais. Eu só gosto dele porque ele jamais ultrapassa certos limites de envolvimento, exceto comigo. Exatamente como eu, exceto com ele. Como se ele soubesse que eu tenho problemas com intimidade. Eu gostei dele porque ele me ignorou por dias, pra só depois que eu estivesse deixando ele de lado, voltar com o sorriso mais lindo do mundo falando alguma coisa que tirou de mim, sem esforço algum, uma gargalhada verdadeira. Como se soubesse que eu fico doida quando não estão nem aí pra mim. Eu apenas gostei dele por sua insegurança e pelo prazer de deixar ele mais exposto, só pra poder rir por dentro, pois na verdade sempre o achei absurdamente lindo. Como se soubesse que mostrar sem querer uma fraqueza faria eu me sentir sua confidente. Só gostei dele porque ele tem essa mania de ser insuportavelmente carinhoso e manhoso quando quer quebrar essa barreira que construo ao meu redor pra não parecer tão vulnerável. Ele fez isso tantas vezes e sem nem ao menos se assustar com minha frieza como se soubesse que eu preciso ser absurdamente desejada pra então conseguir desejar. Eu gostei dele exatamente por me querer do jeito que eu sou, e ser do jeito que ele é. Como se soubesse que eu gosto que as coisas pareçam destino. Eu gostei dele por não se importar com as nossas idas e vindas. Como se soubesse que assim ele me teria presa a ele pra sempre.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

"tua pele, tua luz, tua juba..."


Ele era o típico garoto que achava que era o máximo. Chegava onde quer que fosse sempre com pose de galã e sorria com uma confiança avassaladora. Os quietos e misteriosos tem o seu valor, mas as vezes achar uma pessoa tão parecida comigo me desperta uma vontade louca de fazer esse leãozinho descer do trono entende? Convidá-lo pra um duelo de egos quem sabe. Só sei que esse é o pior tipo, eles acham que tem o mundo nas mãos. Ele não era diferente, achava que podia conquistar qualquer garota e ainda assim esnobar muitas outras. Mas não brinca comigo não leão, não se faz de bonzão inatingível pra mim senão eu vou ficar louca pra te ter me querendo.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Foi sempre amor

"Isso aqui não faz sentido nenhum."
"O que não faz sentido?"
"Isso. Nós dois... Tu nunca vai poder me dar o que eu preciso."
"O que tu precisa?"
"De alguém que me ame."
"Isso pode ser verdade. Eu nunca amei ninguém, nunca me apaixonei. Tu sabe disso."
"É, mas no fundo eu esperava que tu pudesse acabar me amando, sem querer sabe? Que um dia tu percebesse que a gente combina apesar de tudo. Que talvez um dia quando sentisse saudade minha tu fosse notar que pensa em mim mais do que nas outras. Mas sempre tem as outras."
"Ah, mas tu sabe que eu não sou de me amarrar."
"Pior que sei, por isso disse que isso não faz sentido, nunca fez e provavelmente nunca fará."
"..."
"O dia que alguma guria te conquistar de verdade eu vou ficar encucada sabia? Tentando saber o que ela tem... Sabe, de diferente de todas as outras, de especial. Algo que eu também não tenho."
"SE isso algum dia acontecer."
"Ninguém tá livre de se apaixonar. Até tu um dia vai cair nessa. Teu coração não pode ser de pedra."
"É, pode ser... Mas..."
"O que?"
"Nada, só pensei... Deixa."
"Nossa primeira conversa franca e tu vai omitir coisas que tu quer dizer?"
"Só ia dizer que eu penso mais em ti do que nas outras. E eu não enjoei de ti ainda - e a gente se conhece há bastante tempo-, não achei nenhum daqueles defeitos óbvios que, de cara, enxergo nas gurias que eu fico. E é por isso que somos amigos também, a gente se entende."
"Mas somos só amigos que se beijam."
"Eu gosto dos nossos beijos. E de tudo que a gente faz juntos. Quem sabe talvez a gente pudesse tentar sabe... Se apaixonar."
"Isso não é uma coisa que se tenta. Simplesmente acontece."
"É, eu sei, mas talvez eu não saiba direito como isso funciona. Talvez eu nunca tenha tido alguém que estivesse apaixonada por mim sabe? Se tu quiser tentar me amar um pouco, talvez eu possa te amar um pouco também."
"Eu já gosto tanto tanto de ti, mesmo sem tentar. Só que eu não consigo me deixar te amar inteiramente, não consigo me entregar pra esse sentimento sem saber que vai valer a pena."
"Isso é novo pra mim, essa coisa de amar. Mas eu tô disposto a arriscar se tu também estiver."
"Eu queria poder dizer que sim."
"Então diz! Me dá a chance de tentar te dar tudo que tu precisa. Eu sei que parece loucura mas as coisas não precisam fazer sentido sempre. Ninguém nunca entendeu o que acontece entre a gente, e mesmo assim sempre deu certo. Talvez esse tempo todo, as pessoas estivessem simplesmente esperando a gente dar esse próximo passo."
"..."
"Eu aposto que te convenço com um beijo. Vem cá."
"Por um beijo teu eu aceito até pedido de casamento."
"Então vem cá."

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

DANE-SE!


Dane-se mais uma vez o que pensam de mim, eu vou sair sim por aí sem nenhuma vergonha na cara e muita vontade de viver. Vou querer sentir o vento no rosto porque é assim que me sinto viva. Vou dar prioridade máxima na minha vida pros meus amigos porque sei que no fim são eles que vão estar comigo pro que der e vier.

Danem-se mais uma vez as promessas de melhora que fiz pro meu travesseiro, eu não vou amadurecer em 24 horas o que demanda de todo mundo alguns anos. Não vou me calar diante da contradição se gosto de tudo desmascarado. Vou atrás do que acredito ser o melhor pra mim, por mais que isso não seja. Vou acreditar em mim.

Danem-se as aparências. Vou descer do salto, vou perder a pose, vou gritar e cantar minha canção favorita. Vou me acabar na pista. Vou beber mais do que posso e falar verdades merecidas, vou mandar mensagens e fazer ligações pra quem eu não devia.

Dane-se mais uma vez a razão absurda que me sufoca. Eu quero não estar nem aí por não mensurar minha entrega e sentimentos. Não vou mais contrariar a mim mesma. Vou dizer sim pro novo, pra descoberta. Vou me fazer destemida e encarar meus medos.

Dane-se tudo porque no final, quem vai encarar meu reflexo no espelho e ponderar se tudo valeu a pena, sou eu. Quero me orgulhar de ter vivido uma vida inteiramente minha. Dane-se!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Mas não agora


Se é pra ser, que seja qualquer dia desses. Não precisa ser agora não, dá um tempo pra minha confusão se esvair um pouco tá? Se for pra ser mesmo, vem quando eu não estiver mais nos questionando, mas daí, vem pra ficar de verdade.

Perdoe minha indecisão, mas já te quis demais pra não te ter no momento seguinte. Espera pra querer quando eu conseguir te querer de novo. Pra valer. Não volta atrás se dessa vez não for me impedir de ir embora, se não for pra segurar minha mão na despedida.

Espera eu me cansar do mundo, achar tudo besta, desistir de te procurar em outros. Deixa que eu não suporte mais a saudade da sua presença. Deixa... Espera...

Vem quando eu puder conversar por horas sem me cansar da tua voz. Quando eu estiver novamente enfrentando a indecisão de saber se gosto mais de seus olhos ou de seu sorriso. Vem quando eu não conseguir mais estar do seu lado sem ter as mãos encostando em você.

Uma hora meu orgulho se entrega, eu teimosa me canso! Uma hora eu surto. Uma hora eu canso de negar que te quero agora já, que ninguém vai conseguir tomar seu lugar.

Se algum dia for ser real, vem quando eu não mais suportar ouvir essas besteiras que contam por aí e sei que você também acha besteira. Vem pra gente falar mal do mundo juntos, vem cheio de saudade, de vontade. Vem pra gente finalmente parar de negar que nossos destinos se cruzam a cada esquina. Vem! Mas ainda não.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Song #4

Eu só aceito a condição de ter você só pra mim
Eu sei, não é assim, mas deixa
Eu só aceito a condição de ter você só pra mim
Eu sei, não é assim, mas deixa eu fingir e rir

de Los Hermanos, "Sentimental".

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Ela

Eu a observei de longe, estava sentada e aparentemente dispersa. Estávamos numa festa agitada, com música alta e bastante movimentação. Ela ficou por lá durante vários minutos, não sei ao certo onde seus olhos estavam fixados, mas sei que os meus não saiam dela nem por um segundo sequer. De alguma forma ela me parecia familiar, talvez fosse alguma coisa em seus olhos. Me aproximei sorrateiro pensando numa maneira de abordá-la, porém não devo ter pensado o suficiente pois, de cara, ela me rejeitou. Tola. Mal sabia ela que estava se tornando a minha distração da noite, sou um cara movido à desafios.

Devo ter vacilado nos momentos em que ela sorria pra mim daquela forma tão meiga e relutante, contudo segui minha linha de raciocínio que, com sorte, conseguiria arrancar dela pelo menos mais alguns minutos de conversa. E eu consegui. Ela foi cedendo, e cada vez mais me encantando, me ganhando e me deslumbrando de uma forma que me fazia pensar que talvez eu jamais fosse conseguir qualquer coisa dela. Mantive o foco, apresentei um bom papo, descobrimos tudo que tínhamos em comum e antes mesmo que ela pudesse se dar conta já estávamos tão próximos que eu poderia até mesmo contar os cílios dos olhos dela apesar da pouca luz. Tento um beijo, ela se nega. Dois, e ela faz charminho. Três, e eu sabia que estava perto. Quatro, e olhares trocados cúmplices. Cinco, e nenhum espaço restou entre nossos lábios.

A beijei calmo, ok, talvez algumas vezes um pouco sedento, mas com certeza com gosto, e ela me correspondeu. Foi um beijo conquistado e merecido, certamente um beijo inesquecível. Não éramos nada além de meros desconhecidos um para o outro, porém no segundo seguinte, quando sorrimos de testas coladas, naquele instante eu soube que esse beijo seria apenas o começo!

domingo, 2 de outubro de 2011

yoü & I

E como eu previ você voltou e você provou - mais uma vez - que você nunca fica. Talvez eu sempre acredite que vai ser diferente na próxima vez por mais que eu prometa que não terá nenhuma outra próxima vez. O pior disso tudo é saber que somos tão... "Nós", de uma forma totalmente nossa, tão natural, simples e clara. Apenas somos, e naqueles momentos isso é tudo. Mas como diria a querida Tati Bernardi "Eu nunca vou entender porque você é exatamente o que eu quero, eu sou exatamente o que você quer, mas as nossas exatidões não funcionam numa conta de mais...".
Que fique claro que só te quis de novo pra remendar meu ego ferido que ficou dilacerado na última vez que você não ficou. E agora você mexeu com ele de novo, e enquanto eu for imatura ficaremos nesse ciclo vicioso. Me escabelo por saber que não aprendi a colocar ponto final, e que só sei fazer confusão, e que sinto uma enorme raiva sua que nem é sua, é nossa. Mas jogo toda essa culpa na minha imaturidade e mania de tempestade em copo d'água e tento me despreocupar. Me escabelo na desculpa de que tenho só 20 anos e só tenho toda vida pela frente e só tenho milhares de vontades pra saciar e no momento uma delas é matar essa maldita Tati que escreveu tudo aquilo que eu queria dizer de uma forma tão pontual que me deixa embasbacada pensando que talvez eu não seja a pessoa mais confusa do mundo, e ao mesmo tempo triste porque talvez a confusão que "nós" vivemos não seja tão especial assim.
"(...)Mas aí, daqui uns dias... Você vai me ligar. Querendo tomar aquele café de sempre, querendo me esconder como sempre, querendo me amar só enquanto você pode vulgarizar esse amor. Me querendo no escuro. E eu vou topar. Não porque seja uma idiota, não me dê valor ou não tenha nada melhor pra fazer. Apenas porque você me lembra o mistério da vida. Simplesmente porque é assim que a gente faz com a nossa própria existência: não entendemos nada, mas continuamos insistindo."

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Tarde de Sol

Só queria parar no tempo se fosse pra ficar presa pra sempre no teu abraço, naquela tarde ensolarada, vendo nossos lábios vacilarem entre beijos e sorrisos sem qualquer pressa. Estar presa novamente naquele silêncio apenas quebrado pelas palavras que nossos olhares, sempre misteriosos, trocavam deixando escapar significados diversos pra tamanho sentimento.

Então não me venha com nada que possa apagar o que tivemos de tão bonito, qualquer coisa que for menos do que vivemos naquela tarde não me serve. E não venha se fazer de desentendido que eu já decorei todas suas expressões e saídas.

Se sou louca é porque nessa altura já não dá mais pra ser lúcida. Se te encaro com demasiada intensidade é porque já me afoguei nos teus olhos tão profundamente que não sei mais se consigo retornar à superfície. Não se engane pensando que tenho algum controle sobre mim, não pense que eu gostaria de gostar de você dessa forma tão louca e sem explicação. Se te cerco é porque sei que posso te perder, que você pode fugir. Mas se vai fugir, foge comigo de volta praquela tarde ensolarada!

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Verão em agosto




Lembrou-me tanto o verão que nem pude sentir frio mesmo sendo a madrugada mais fria do ano. Era como se nada tivesse mudado, era como se tudo fosse como era antes, mas eu sabia que apesar de tudo, tínhamos agora um amontuado de acontecimentos que de alguma forma nos mostrava que não era mais verão, não era a época em que tínhamos chegado o mais próximo de nos dar uma chance. Mas era recente o suficiente pra eu saber que não superei o seu sorriso, muito menos o seu jeito manhoso e mimado que me faz querer correr até você e te dar todo colo, carinho e atenção que por mais que você quisesse eu nunca consegui te dar.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Song #3

Se eu voltar no tempo e sentir,
tudo aquilo o que vivi,
o hoje você fez ficar assim.
Já é tarde pra mudar,
o que passou deixa para lá.
O erro foi talvez eu me perder
no seu sorriso outra vez.

de Bruna Rocha, "Outra vez".

domingo, 5 de junho de 2011

Song #2

O meu desafio é andar sozinho
Esperar no tempo os nossos destinos
Não olhar pra trás, esperar a paz
O que me traz
A ausência do seu olhar

de Leandro Léo, "João de Barro".

sexta-feira, 3 de junho de 2011

VOCÊ

Eu sempre estive certa sobre mim mesma, sobre os outros, sobre todas as coisas e sobre você.
Mistério é o que enxergo nos seus olhos. Daqueles que precisam ser desvendados. Mas aquele que vai ser revelado aos poucos, depois de bastante trabalho e dedicação.
Uma interrogação é o que você é pra mim. Há brincadeira e frieza nas suas palavras, mas há calor e verdade nos seus gestos.
Inquieta é como eu fico quando estou com você. Você me desarma, e eu não sei jogar sem minhas armas. Então você vence. E parece que tudo isso foi calculado. Que meus atos foram previstos e que você sabe muito bem o que está fazendo. Afinal, alguém tem que saber, pois há muito tempo eu já não sei. Confesso que um dia eu pensei saber. Mas de alguma forma você não era tão simples quanto eu esperava, e lentamente você virou o jogo. Me surpreendendo a cada atitude.
Você poderia ter sido apenas mais um. Tão interessante no início, mas que depois de entrar no meu joguinho perderia a graça, seria mais um. E eu? Eu agora vejo que secretamente procurava alguém que conseguisse me vencer, me intrigar e dominar. Alguém que não seguisse as minhas regras. Que não corresse atrás de mim sempre que eu quisesse, e nem que se mostrasse de cara interessado. Alguém exatamente assim como você.
Com você foi tudo diferente. Início, meio e fim. Tivemos um fim? Eu nem ao menos sei. Estou confusa. Você me desorientou e eu estou perdida. Você me fez não estar certa de mim mesma. Você me fez não estar certa sobre muitas coisas. E porisso o adoro...
Sim, eu poderia simplesmente dizer que te adoro. Sim, eu te adoro por tantos motivos...
Você mudou o meu mundo. Virou tudo de ponta cabeça.
Você me fez questionar, me enlouqueceu e fugiu de todos os padrões.
Você não seguiu minhas regras, ditou as suas próprias e tocou sua própria música, enquanto eu dancei no ritmo dela.
Você fez eu me sentir insegura, despreparada e entregue.
Você me confundiu...
É, realmente te adoro por tudo de novo que você fez surgir em mim, por tudo que descobri e por tudo que você me fez sentir. Pensando nisso, acho até que mais do que adorar, eu amo você.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

(U)

Se, e quando eu finalmente seguir em frente, você voltar atrás, eu vou amaldiçoar você com todas palavras e xingamentos que eu for capaz de vociferar, mas no fundo estarei satisfeita pois isto além de acalmar meu coração, serviria de alimento para meu ego. Entretanto, no segundo seguinte eu iria chorar e espernear de todas maneiras estúpidas e imaturas que eu fosse capaz, pra só então admitir que quero você de volta tanto quanto quero o novo amor. Mas apenas no momento em que estivesse novamente em teus braços eu teria a certeza de que não quero nunca mais tentar te substituir, quero que, a partir de agora, sempre seja você.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

EU E O MUNDO




E se este giro incansável que embala nossa vida nada mais for do que esta rotação planetária ao redor do astro rei? E se desse mundo eu não for nada além de poeira das estrelas? Um grão de areia ou uma gota d'água? Esse mundão pulsa em sincronia com a dança da galáxia abasbacando os menores flagelos que nada parecem representar.

Me pergunto incansávelmente se faço parte desse mundo, ou se insignifico. Seria eu parte da pulsação de Gaia, pequena parte, mas ainda assim vital? Nada sou perante ao todo, mas sei que o todo não existiria sem a mim, sem a nós todos. O todo junto representa o mundo. As mãos dadas criam a corrente. Água, terra, fogo, ar e espírito. Elementos se fundem com almas. Vida somos nós, vida sou eu e o mundo.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Realista

Só precisava de uma oportunidade para desabafo. Chorar litros de lágrimas não faz passar a sensação de sufoco e falar só faz lembrar. Sei que prometi a mim mesma não pensar mais em nada disso. Prometi que iria apagar tudo de tudo. Bela contradição já que sempre digo que não prometo aquilo que não posso cumprir. Minha razão manda ligar o "foda-se" e ir ser feliz, mas nessas horas até a pessoa mais sensata do mundo precisa de um tempo pra curtir a melancolia.

Cada decisão que tomamos, cada escolha feita, acaba deixando alguma opção pra trás. Se optamos seguir pela direita, deixamos de seguir pela esquerda, ou de até mesmo ficar onde estávamos, estáticos. E eu fiz minha escolha. No começo não fui nem por um lado nem pelo outro, andei entre os dois caminhos, mas sem perceber me peguei tendendo a uma só direção, e isso me pareceu correto. De alguma forma fez sentido seguir apenas por aquele caminho, seguir com vontade, pela minha própria vontade.

Acordei agora, tentando voltar atrás, trocar de caminho, ou nem isso, voltar a caminhar entre os dois, sem me definir. Tarde demais. Uma vez que ouvimos o coração, ele acaba dominando e tomando conta. Cabe a nós dar voz à razão pra colocar as coisas em ordem novamente. Leva tempo eu sei, mas quero pra ontem. Não vou ser hipócrita e dizer que quero voltar tudo, pegar definitivamente outro caminho. Não, isso não é verdade, queria não ter que sair desse, pra ser bem sincera, mas é preciso. É o correto.

Que piada! A quem eu estou querendo enganar? Nunca fui de desistir assim de nada por medo. Vou ter medo de que agora? De me magoar? Convenhamos, não sou do tipo que cai e fica no chão ponderando sobre o que aprendeu, se faço isso faço de pé já, arquitetando a maneira mais precisa pra dar o próximo passo. De que adiantaria ter uma personalidade forte se não vou impor minhas ideias? Posso ser muitas coisas, mas nunca fui irrealista. Até porque fazer o que parece correto, nem sempre é o certo. Pelo menos não pra mim.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Conversa franca

Talvez eu seja mesmo precipitada e que a hora certa teria sido amanhã ou depois. Mas eu não podia mais esperar. Parti pro tudo ou nada e você me olhou como se eu estivesse louca. Certo, em algum ponto concordamos, eu estava mesmo louca. Louca pra saber o que viria a seguir, ou como você iria reagir. Louca pra me livrar da sensação de não ter me exposto por completo, louca pra deixar de ser insegura, louca pra arriscar.

Sei que posso ter pego você de surpresa, surpreendido com palavras tão sinceras. Eu que costumo ser sempre tão honesta, nunca havia sido o suficiente com você. Deixamos sempre nossa relação subentendida. Acreditei com veemência que toda vez que eu dissesse "não" você percebesse que eu no fundo queria mesmo era dizer que "sim". Uma tola, eu sei. Sei sim, sei tudo que faço, e sabia que havia chegado a hora pra mim, que essa incerteza estava me matando. Foi quando decidi que era o momento de me expor. Afinal, quem nada tem, nada tem a perder. Esperar a hora certa estava fora de cogitação, se fosse pra ser, que fosse logo, que fosse agora.

Ensaiei meu tom de voz mais calmo, escolhi as palavras mais diretas, olhei nos seus olhos com o olhar mais sincero que já fui capaz de direcionar à alguém e simplesmente falei. TUDO. Foram os minutos mais longos da minha vida aqueles em que você me ouvia falar, em silêncio, depositando em mim uma quantidade de atenção que chegava a me intimidar. Então você coçou a cabeça, visivelmente nervoso e disse que eu era louca. Rebati pedindo pra que me dissesse algo que eu já não soubesse, ou que nada dissesse. Mas você finalizou com um "preciso pensar" e eu com um sorriso aliviado. Sim, foi um alívio o que senti. Alívio pois poderia finalmente dormir em paz. Eu detesto viver de dúvidas, prefiro muito mais as certezas, por vezes doloridas, mas principalmente a certeza de ter feito tudo que podia. Não sei na verdade se obterei uma resposta, na verdade, eu não o fiz pergunta alguma, só quis que você soubesse.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Song #1

Vou pontuar
Nosso destino como um louco
Não deverá
Ser perfeito
E nem tão pouco
Me acorrentar
Me empedindo de fugir
Ainda que solto
Não conseguir sair

de Diego Vivas, "Acorrentados" perfeito na voz de Leandro Léo.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

CURSE



Tenho um dom, um problema ou uma benção, não sei dizer ao certo, interpretem como quiserem. Eu costumo dizer que odeio estar certa. Isso soa até arrogante da minha parte porque quem me conhece sabe que sempre teimo estar com a razão e defendo meu ponto de vista até a morte. Acontece que eu percebo as coisas um pouquinho antes que as outras pessoas, principalmente se é sobre alguém ter más intenções ou minha interpretação for de alguma forma negativa em relação à ela. Repito, detesto estar certa. Chego a ficar torcendo pra estar enganada, pois se eu estiver significa que as pessoas são melhores do que esperava delas, e assim por diante.

Além de perceber intenções suspeitas de alguns, tenho também essa "maldição" de sentir quando algo está para acontecer. Geralmente não sei o que será, nem se é bom ou ruim, mas sempre é algo significativo pra mim. Fico inquieta, respiro mil vezes, o ar não é suficiente nunca. Sinto um aperto, ando de um lado pro outro. Às vezes como muito, outras vezes nada. Por fim, algo realmente acontece, bom ou ruim.

Sou daquelas pessoas que gostam de dizer o que pensa, doendo a quem doer. Sou muito transparente. Estou aprendendo a não dar minha opinião e a ser falsa. A vida requer isso da gente. Quando algo me incomoda, bato pé, fecho a cara, é inevitável, talvez eu não seja tão boa atriz assim, pois quando sinto alguma coisa, é muito difícil conseguir esconder. Acho que porisso fico tão abalada quando algo está para acontecer, não vejo outra explicação pra esse pressentimento, as coisas me afetam de uma maneira quase cruel.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Recomeço

Escrevo oito míseros textos em um ano de doze meses e de repente sinto a necessidade de postar dois textos em um só dia. Pior que isso, escrever ambos em um só dia, talvez até em uma só hora. Brinquei inúmeras vezes com minha falta de inspiração. Pensava que inspiração era tolice pois eu só precisava de uma frase, ou de uma palavra que já saiam linhas e linhas reflexivas sobre o que quer que fosse. Mas isso foi antes, depois disso eu abria o bloco de notas, que é onde gosto de escrever, e ele ficava em branco, pois nada passava na minha cabeça. Vivo feito uma boba, sempre cheia de dúvidas. Graças a Deus, isso não poderia ser diferente, não pra mim que questiono desde a cor que escolhemos do canudinho até a existência do universo.

Esse talvez seja o texto mais pessoal que escrevi aqui. Odeio falar sobre mim mesma apesar de que deixo transparecer muito de mim na minha maneira impessoal de escrever e argumentar. Tenho mania de entrar no msn offline só pra observar as pessoas online. Fazia tempo que não fazia isso. Hoje eu fiz. Tá, vai ver é porque estou de férias e não tenho absolutamente NADA pra fazer. Mas de qualquer forma isso me fez parar pra pensar e acho que isso pode significar a volta dos meus momentos reflexivos, ou a bendita inspiração. Reflexão vem sempre quando tento desvendar algo que desconheço ou que me intriga. Fine, estou intrigada, e bastante. Rodeada de questões sem respostas. Não, não vou falar sobre elas aqui, admitir estar com um nó nos pensamentos pra mim já é um grande passo.

Faço deste post um recomeço, onde retomarei o costume de fazer meus desabafos impessoais, reflexões complexas, ou simplesmente pra vomitar minhas opiniões sobre coisas de muita ou pouca importância. Devo estar devendo algo à alguém por isso, não sei ao certo, mas agradecerei em breve se for o caso, ou se, no caso, eu desenrolar a questão relacionada a seja lá quem for que me intriga. Não descarto a possibilidade de loguinho me desinteressar pelo novo "mistério" e largar novamente a vida de pensante questionadora. Pra falar a verdade isso é bem comum pra mim, mas ao mesmo tempo penso que só de me dar ao trabalho de vir aqui citar dessa vez, já me faz acreditar que posso demorar um tempo indefinido nessa nova análise. E assim espero.

DOIS MIL E ONZE

De 2010 só levo o que me trouxe de bom, e cheia de certeza disso porque o que havia de ruim e de atrasado sendo levado comigo foi deixado pra trás. Me meti em situações complicadas, as mais complicadas da minha vida inteira arrisco em dizer, mas saí delas de cabeça erguida e com a razão que não me falta nem nos momentos de menor lucidez. Me sinto saltitando ao invés de caminhar, tudo está nos eixos de uma forma ou de outra.

Quando esperei 2010 pensei em recomeço pois entraria na faculdade e começaria a estagiar, certo isso aconteceu, e foi de uma forma deliciosa. Sei que no fundo o que me amedrontava era sem dúvidas perder contato com meus amigos, os amores da minha vida. Mas que bela tola eu fui ao pensar que os perderia de vista. Quem ama, quer por perto, e quando é recíproco um cede alí outro cá, e por fim a gente faz uma cadeira junto na faculdade, organiza encontros, churrascos ou baladas excessivas, e de forma alguma perde o contato. Esse ano serviu pra solidificar a certeza de que sempre os terei por perto.

O ano trouxe experiências novas, e pra mim novas reflexões pois de tudo que é novo faço uma análise. Sim sempre a minha mania de auto análise, julgamento pessoal e alheio, combinada com a vontade de resolver a vida de todo mundo me fez ir adiante nessa interminável busca de entendimento de personalidades. Conheci um novo grupo de pessoas até antes desconhecida: colegas de trabalho, e que espécie diferenciada num primeiro momento. Tentei fazer a tremenda bobagem de tentar descobrir como deve ser o tratamento de pessoas que trabalham comigo, uma piada eu sei, por fim os trouxe todos para perto pra também poder chamá-los de amigos.

Foi um ano bom, um ano diferente, mas até hoje, o que na reflexão de fim de ano, mais me deixou tranquilizada quanto a receber o próximo ano. Sinto 2011 totalmente planejado, e é exatamente isso, ter planos, que me dá confiança. Sei também que planos são só planos, que logo terei que tirar um plano B ou C da manga, porque tudo na vida é imprevisto, de repente nos deparamos com o novo e temos que nos adaptar. Quero isso também pra 2011. É o medo que instiga. Sempre falo de feeling, de ser uma freaking sensitiva e espero não estar errada pois sinto que 2011 vai ser O ano. Não me pergunte o porquê pois não tenho uma justificativa, apenas sinto. E desejo paz e amor pro mundo.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Pouco a pouco tua.

Sorriu ao ver seu objetivo alcançado. Sim, ele havia sido sutil em todos movimentos até então. A maioria das garotas já estaria de saco cheio de um sujeito como ele, mas ele sabia, e sabia com convicção, que seu jogo a atrairia.

Começou devagar deixando-a determinar um ritmo. Nem lento nem depressa, um ritmo dela. Não se intrometeu na sua vida pessoal, apenas mostrou interesse por seus gostos, por sua essencia. Entendeu a maioria deles e identificou-se com tantos outros.

Não quis dar bandeira. Sua estratégia era exatamente essa: fazer ela acreditar que na verdade tudo aquilo era apenas uma boa amizade crescendo pouco a pouco. E ela acreditou. Ou tentava frequentemente se convencer disso. Bom, o importante é que isso a intrigou. Ponto pra ele.

Tinham tanto em comum. Ambos com um senso de humor refinado, interesses em comum, ideias, gostos, e como pensava ela: ambos estavam pouco a pouco se encantando um com o outro.

Se a perguntassem se estava sentindo algo por ele imediatamente ela perguntava a si mesma e achava que não. Tudo indicava que aquilo era superficial, apenas tinham incontáveis coisas em comum e se davam bem. Nada avassalador. "Não" ela respondia por fim.

Não, não e não. Era um garoto qualquer, apenas um garoto qualquer. Ela não podia estar realmente gostando dele, não, não agora. Pronto, agora ela estava confusa e ele? Ele já havia partido pra outra.