segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Love is battlefield!


Assim que ele sorriu e disse "gostaria de ter a mesma coragem que tenho bêbado quando estou sóbrio só pra poder vir até aqui falar contigo, sem que tu me ache um idiota qualquer" eu soube que talvez as pessoas só estejam com muito medo de se machucar.

Pensei também que é muito estúpido uma pessoa legal ter que criar coragem para atravessar um aglomerado de gente, ao invés de, simplesmente vir com naturalidade conhecer alguém. As pessoas estão tão fechadas que para ter acesso a elas é como ultrapassar um campo de batalha. E convenhamos, se alguém o atravessa pra chegar até você é porque acredita que vale o risco!

Eu disse a ele que não me importava com a quantidade de álcool que ele havia ingerido e me dei conta de que estava diante de um daqueles sujeitos bagunçados e sinceros com quem adoro conversar. Assim como eu, ele tinha a destreza de saber apontar o pior em si mesmo, deixando claro que era o tipo de cara que só liga pra quem o aceita com todos seus defeitos. Ele era tão desastrado e tão sem conserto que eu só conseguia pensar no quanto adoro um caso perdido.

Somente quando ele já estava indo embora com um ar lunático, dizendo que havia sido um tremendo prazer encontrar alguém nesse mundo que ainda tem sentimentos, que eu percebi a tremenda bagunça que eu havia feito ao fazer ele acreditar que eu era boa coisa, quando ele interpretou a maneira que eu exalo sinceridade, como verdade perpétua das coisas que disse sobre minha personalidade contraditória.

Mas então, no segundo seguinte, quando ele virou as costas, eu sorri pensando que pelo menos na próxima vez que ele for se aproximar de alguém, carregando a ilusão de encontrar outra pessoa tão aberta quanto eu, ele vai ter menos receio e mais chances de encontrar alguém menos perturbado do que nós dois somos, ou dizemos ser.

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