quinta-feira, 3 de maio de 2012

Pouco e tanto.



Pra ela, estar com ele era como sentir uma paz absurda. Como atravessar uma avenida com carros velozes passando apenas como borrões de luzes e sentir como se pudesse atravessar tudo isso em câmera lenta, com passos suaves embalados pela música que saia da boca dele toda vez que ele pronunciava qualquer palavra indecifrável.

Era como estar mergulhando num mar tão profundo e agitado por ondas de sentidos vacilantes e furiosos e ainda assim sentir como se estivesse flutuando no azul dos olhos dele em um fim de tarde preguiçoso em que o único movimento executado era da grandeza do piscar preguiçoso dos seus olhos.

Era como se milhares de musicas tocassem ao mesmo tempo, em milhares de ritmos e acordes desencontrados. Era como estar imerso à uma fusão de sons e cores e temperaturas por todos lados mas só conseguir enxergar seu sorriso perfeito acompanhado da tímida maneira com que ele molha os lábios com a língua antes de falar.

Era como ir a um parque de diversões e se embalar tão rápido numa daquelas xícaras gigantes a ponto de não conseguir mais lembrar nem o próprio nome, e mesmo assim sentir como se estivesse dançando no ritmo gracioso de um carrossel, admitindo secretamente que seu próprio nome não tem mera importancia quando comparado ao sentimento que lhe invade e muitas vezes transborda pelos olhos toda vez que o vê.

Estar com ele era como tentar domesticar um tornado sem nunca ser bem sucedida. Em um momento ele chegava devastador e desenfreado. No próximo, manso, gentil e carinhoso feito brisa. Era como um frenesi de sensações que se chocam em oposição. E apesar da loucura que sua presença lhe passa, seu semblante sempre a acalmará.

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